google.com, pub-3508892868701331, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Rio de Saúde: O que é transtorno do estresse pós-traumatico (TEPT)?

sexta-feira, 27 de abril de 2018

O que é transtorno do estresse pós-traumatico (TEPT)?

O transtorno do estresse pós-traumático (TEPT) pode ser definido como um distúrbio da ansiedade caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas físicos, psíquicos e emocionais. Esse quadro ocorre devido à pessoa ter sido vítima ou testemunha de atos violentos ou de situações traumáticas que representaram ameaça à sua vida ou à vida de terceiros. 

Publicidade
Quando ele se recorda do fato, revive o episódio como se estivesse ocorrendo naquele momento e com a mesma sensação de dor e sofrimento vivido na primeira vez. Essa recordação, conhecida como revivescência, desencadeia alterações neurofisiológicas e mentais.

Você já passou por uma experiência prejudicial e ameaçadora que demandou esforço extraordinário para enfrentamento ou sobrevivência? Se sim, como foi que você ficou depois do trauma? 

Caso você tenha apresentado sintomas perturbadores após tal experiência, por pelo menos um mês, e tais perturbações tenham causado sofrimento ou prejuízo significativo ao seu funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas importantes de sua vida, você pode ter apresentado transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). 

Como diagnosticar? 
Diagnóstico de Transtorno do estresse pós-traumatico.
De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-V), os critérios necessários para fazer o diagnóstico são baseados em critérios sintomatológicos, ou seja sintomas e sinais que já vimos anteriormente:

Existência de um evento traumático claramente reconhecível como um atentado à integridade física, própria ou alheia, que haja sido experimentado direta ou indiretamente pela pessoa afetada e que lhe provoque temor, angústia ou horror
Re-experimentação persistente do evento
A insensibilidade afetiva
Hipervigilância

Como critério diagnóstico, essa perturbação deve causar sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.

Sintomas persistentes de excitabilidade aumentada indicada por dois ou mais quesitos: dificuldades com o sono; irritabilidade ou surtos de raiva; dificuldade em concentrar-se; hipervigilância e resposta de sobressalto exagerada. 

Alterações neurológicas 
Uma causa possível, apontada por estudos, para o surgimento dos sintomas após situações de estresse é uma alteração no hipocampo, uma área do cérebro que desempenha um papel crucial na aprendizagem e na memória. Pessoas que sofreram um trauma, e, posteriormente apresentaram os sintomas do TEPT(Transtorno do estresse pós-traumatico) denotaram uma falha na ativação do hipocampo e menor volume de tal estrutura, em comparação com pessoas que não passaram por esse estresse. 

As causas do transtorno do estresse pós-traumático
As causas do transtorno do estresse pós-traumático podem ser situações como atos violentos, situações traumáticas que representaram ameaça à vida da pessoa ou à de terceiros. 

Quando se fala de ameaça à vida, há várias dimensões da vida que podem ser ameaçadas: dimensão física, dimensão psíquica (ameaças como assédio, humilhações e outras violências psíquicas), dimensão social (micro e macro social) e ainda a dimensão espiritual. Em todas estas dimensões podem haver situações de extrema violência ou ameaça e de certa forma produzirem um quadro de estresse pós-traumático.

O evento traumatizante não precisa necessariamente ter ocorrido com o paciente, ele pode simplesmente ter sido uma testemunha da tragédia, como, por exemplo, ver alguém sendo assassinado.

É importante destacar que é absolutamente normal ter memórias perturbadoras, sentir-se inseguro ou ter dificuldades para dormir após qualquer evento que tenha posto a sua vida em risco. Em geral, esses sentimentos vão ficando mais brandos conforme o tempo passa, e o indivíduo consegue manter-se profissionalmente e socialmente estável.

No transtorno do estresse pós-traumático, porém, os sintomas de angústia e estresse não melhoram mesmo após meses ou anos. Em muitos casos, eles até pioram e passam a atrapalhar a vida pessoal e profissional do paciente.

Profissionais de serviços de emergência 
O transtorno de estresse pós-traumático é uma das formas mais frequentes de adoecimento mental de trabalhadores em serviços de emergência. Isso porque tais profissionais (bombeiros, profissionais de ambulância e profissionais em hospitais) são expostos constantemente a eventos ocupacionais adversos, podendo influenciar negativamente a saúde mental. 

Eles atuam em contextos que exigem respostas rápidas visando à eficácia dos atendimentos. As situações enfrentadas por esses profissionais frequentemente são imprevisíveis e de risco para as suas próprias vidas e para as vidas das vítimas socorridas. 

Experimentando exposição repetida ou extremamente detalhada de eventos traumáticos (por exemplo: profissionais que coletam restos humanos de acidentes ou crimes ou policiais repetidamente expostos a detalhes de abuso infantil).

Estudantes que sofrem Bullying 
Diversas pesquisas também indicaram correlações positivas e significativas entre bullying e o aparecimento de sintomas do TEPT (Transtorno do estresse pós-traumatico). Diante do fato de que a exposição dos estudantes ao bullying em diferentes países é relativamente alta, há grande incidência de sintomas do TEPT (transtorno de estresse pós-traumático) entre os estudantes. 

Sintomas de Transtorno do estresse pós-traumatico
Os sintomas do transtorno do estresse pós-traumático se dividem em categorias principais: 
Reexperiência traumática: pesadelos e lembranças espontâneas, involuntárias e recorrentes um fato acontecido no passado do evento traumático- revivescência 
Fuga e esquiva: afastar-se de qualquer estímulo que possa desencadear o ciclo das lembranças traumáticas, como situações, contatos ou atividades que possam se ligar às lembranças traumáticas 
Distanciamento emocional: diminuição do interesse afetivo por atividades, pessoas, que anteriormente eram prazerosas, diminuição de afetividade 
Hiperexcitabilidade psíquica: reações de fuga exagerados, episódios de pânico (coração acelerado, transpiração, calor, medo de morrer...), distúrbios do sono, dificuldade de concentração, irritabilidade, hipervigilância (estado de alerta) 
Sentimentos negativos: sentimentos de impotência e incapacidade em se proteger do perigo, perda de esperança em relação ao futuro, sensação de vazio.

Complicações possíveis
Os fatores de estresse são facilitadores para o desenvolvimento de doenças com repercussões imediatas e à longo prazo, podendo ocasionar problemas crônicos e interferir na qualidade de vida. Podem ocorrer alterações clínicas como: problemas cardíacos, astroduodenais, diabetes, queda da imunidade com infecções frequentes, hipertensão, fibromialgia e outras doenças reumáticas entre outras complicações.

Dentre as complicações psíquicas do estresse pós-traumático estão: 
Distúrbios do humor 
Transtornos de ansiedade 
Alcoolismo 
Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) 
Transtornos somatoformes 
Transtornos dissociativos 
Transtorno de personalidade 

Prevenção
É complicado falar em formas de prevenção do transtorno do estresse pós-traumático, visto que não é possível evitar que certas situações traumáticas aconteçam na vida. É impossível viver numa bolha. 

Entretanto é possível evitar que novas situações aconteçam da seguinte forma:
Primeiramente, se tratando adequadamente 
Melhorar desempenho na escola/trabalho 
Melhorar relacionamentos sociais e familiares 
Tratar transtornos associados (como depressão e alcoolismo) 
Diagnóstico precoce 
Tratamento imediato 
Forte suporte social.

Como evitar as complicações do estresse pós-traumático
Existem diversas ações que podem ser realizadas para evitar as complicações do estresse pós-traumático, que basicamente se resumem em buscar qualidade de vida e desta forma diminuir o impacto que o trauma teve sobre a vida da pessoa. Tais hábitos são: 

Prática de exercícios físicos diários – melhora circulação, melhora condição muscular e esquelética, liberação de endorfina e com isso maior liberação de serotonina; 
Prática de esportes – se possível de forma coletiva, que além do aspecto lúdico agrega a sociabilização; 
Meditação e Religiosidade , como contraponto ao materialismo excessivo do mundo atual e sob o aspecto neurocientífico, estimulando o cérebro não dominante ou sensitivo; 
Arte-terapia – desenvolvimento do cérebro sensitivo;
Técnicas de relaxamento – como contraponto à tensão e ansiedade; 
Psicoterapia – se existirem ou restarem conflitos psicológicos. 

Dieta saudável e equilibrada 
Evitar maus hábitos (excesso de bebida, tabagismo, drogas);
Fazer do trabalho, além do aspecto de responsabilidade e produtividade, um espaço de convivência saudável e estimulante; 
Bom ambiente afetivo-familiar. 

Expectativas
As chances do quadro do transtorno do estresse pós-traumático se estabilizar com tratamento adequado são altas. Com o tratamento adequado depois de algum tempo a pessoa vai gradualmente retomando a normalidade de vida. Às vezes, ficará uma dificuldade específica a ser vencida, como, por exemplo, uma pessoa que sofreu um incidente aéreo severo, que vai poder levar uma vida normal, porém sempre terá alguma dificuldade em voar novamente.

Buscando ajuda médica
O primeiro sinal de alerta do quadro de transtorno do estresse pós-traumático é dado pela identificação de um evento traumático (agente estressor) que tenha representado ameaça ao indivíduo ou ameaça a uma pessoa querida e perante o qual se sentiu impotente para esboçar qualquer reação.

No entanto, as pessoas reagem individualmente, não são todos que passam por experiências traumáticas que desenvolverão estresse pós-traumático. O número de quadros de transtorno do estresse pós-traumático tem aumentado nas últimas décadas.

Procure assistência médica, se apresentar sintomas que possam ser atribuídos a esse distúrbio da ansiedade, mas lembre-se de que algumas são mais vulneráveis e predispostas. O que pode gerar um estresse pós-traumático em uma pessoa pode não gerar em outra.

Exames
Como em todos os quadros de estresse, existem vários marcadores biológicos que podem ficar alterados e que são instrumentos auxiliares no diagnóstico de estresse pós-traumático: 
Dosagem do cortisol (o hormônio do estresse) 
Dosagem dos hormônios da hipófise 
Dosagem dos hormônios da tireoide 
Dosagem dos hormônios sexuais 
Uma polissonigrafia pode nos revelar as consequências do estresse pós-traumático no sono.

Tratamento de Transtorno do estresse pós-traumatico
Os objetivos do tratamento do transtorno do estresse pós-traumático estão voltados a diminuir os sintomas, prevenir complicações, melhorar desempenho na escola ou no trabalho.

A terapia cognitivo-comportamental tem apresentado excelentes resultados no tratamento do TEPT. O tratamento farmacológico também pode colaborar no tratamento, sendo caracterizado pela associação de medicamentos antidepressivos, inibidores seletivos da recaptação de serotonina e ansiolíticos. 

O transtorno de estresse pós-traumático, quando não tratado, pode resultar em depressão e síndrome do pânico. Então, o quanto precoce for o diagnóstico, mais promissores serão os resultados do tratamento. 

Medicamentos para Transtorno do estresse pós-traumatico
Os medicamentos mais usados para o tratamento de transtorno de estresse pós-traumático são: Assert, Paroxetina, Rivotril e Sertralina. 

Somente um médico pode dizer qual o medicamento mais indicado para o seu caso, bem como a dosagem correta e a duração do tratamento. Siga sempre à risca as orientações do seu médico e NUNCA se automedique. Não interrompa o uso do medicamento sem consultar um médico antes e, se tomá-lo mais de uma vez ou em quantidades muito maiores do que a prescrita, siga as instruções na bula.

Publicidade

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...