Você quer uma vida melhor? No entanto, parece nunca ser
capaz de superar os problemas que lhe surgem? A identificação da raiz dos
problemas internos criados pelo nosso próprio ego, assim como encontrar formas
de catapultar-se para lá dessas preocupações paralisantes (auto-sabotagem), é
fundamental para viver uma vida significativa.
Este é um passo necessário de
ser dado. É importante que se distinga e se desapegue temporariamente do seu
problema (interno ou externo) no sentido de clarificar melhor algumas opções
e/ou não se deixar levar integralmente pelos seus sentimentos e emoções, que
nestas circunstâncias serão na sua maioria sentimentos incapacitantes,
angustiantes e depressivos.
Para refletir: Você não é o seu problema. Você é que tem o
problema. Você não é os seus sentimentos, comportamentos ou pensamentos. Você é
aquele que sente, age e pensa. De acordo com a Psicologia da Gestalt, o todo é
mais que a soma das suas partes.
OBSTÁCULOS QUE IMPEDEM A MUDANÇA:
Viciados na recompensa. O comportamento desajustado e
impróprio pode ter as suas recompensas. Podem existir algumas recompensas que você gosta e das quais não
quer desistir. O vício é o estado de ser em que somos “escravizados” por algo,
seja física ou psicologicamente, é um hábito formando na medida em que a
interrupção do mesmo causará dor, angústia e mal-estar. A dor pode ser
emocional, que é normalmente o caso, excepto em casos muito extremos.
Para refletir: A capacidade de substituir/inibir alguns dos
nossos impulsos é o que nos separa dos animais irracionais.
COMO MINIMIZAR E/OU SUPERAR:
Você tem o poder de decidir. Você vai continuar fazendo o
que está prendendo você, ou vai decidir-se a escolher em consciência? É tempo
de decidir ir para o outro lado onde a relva é mais verde e você possa seguir
em frente, sem tantos condicionalismos. É tempo de perguntar: que tipo de
pessoa você quer ser? É tempo de experimentar uma vida melhor. Mas, para que
isso aconteça você vai ter que conscientemente decidir-se a abandonar a sua
dependência, a dependência das velhas recompensas.
EXEMPLO:
Será que você quer perder peso mas não tem conseguido?
Será que você quer deixar de fumar, mas não tem conseguido?
Será que você é demasiado perfeccionista e isso impede-o de
atingir os seus objetivos?
Será que você evita uma situação que lhe causa ansiedade,
mas isso impede-o de desfrutar o momento?
Será que você vive agarrado ao passado, impedindo-o de viver
o presente?
Certamente, algumas das coisas que fazemos e que sabemos que
são comportamentos que não são saudáveis ou não nos trazem vantagem ou melhoria
para a vida, estão enraizados num sentimento imediato de bem-estar. Ou seja,
paralelamente a um comportamento prejudicial, existe um benefício, normalmente
esse benefício é compensador, esse benefício está ligado a uma incapacidade ou
necessidade nossa.
MAIS EXEMPLO:
Eu continuo a comer compulsivamente; motivo: prazer e
satisfação, funcionando ainda como uma forma de compensar a instabilidade
emocional e falta de auto-estima.
Eu continuo a fumar; motivo: permite aliviar o stress.
Eu tenho de fazer sempre tudo na perfeição ou não valho
nada; motivo: Proteção das suas capacidades, habilidades e auto-estima.
Eu sigo as minhas emoções; motivo: necessidade se ser fiel a
si mesmo.
Eu evito situações embaraçosas; motivo: para proteger a
minha imagem e reduzir a minha ansiedade e mal-estar
Eu continuo a reviver o passado, pois tenho medo de
enfrentar novos desafios; motivo: medo de mudança e sentimento de insegurança.
Ter dificuldade em alterar um determinado tipo de
comportamento, não é sinónimo de ser impossível. Aquilo que é necessário é
força de vontade e auto-disciplina para conseguirmos seguir em frente e
implementar as estratégias necessárias para uma mudança adequada e adaptada
aquilo que queremos. Afortunadamente, o nosso cérebro é plástico, tem a
capacidade de criar novas redes neuronais, novos caminhos e padrões de
pensamento que nos permitem a mudança desejada. Aliada à capacidade cerebral
para criar novos caminhos para problemas antigos, está a capacidade que temos
para nos colocarmos em determinados estados emocionais que facilitam essa mesma
mudança.
Não reconhecer que o problema o magoa. Negar que um
problema ainda existe, certamente impede uma mudança significativa. Temos uma
incrível capacidade de racionalizar o nosso comportamento e desenvolver uma
cegueira mental para os seus efeitos. Você pode gostar de pensar que aquilo que
está fazendo não o magoa nem o prejudica, mas se olhar mais de perto,
certamente a sua ideia mudará. Na grande maioria das vezes, não reconhecer que
o problema magoa pode estar a funcionar como uma estratégia de proteção, só que
essa estratégia de proteção não permite dedicar-se a uma estratégia construtiva
de resolução ou enfrentamento do problema, o que aumenta o próprio problema e consequentemente
o seu incómodo.
A chave aqui é admitir que você precisa mudar antes que o
seu comportamento desajustado contribua para uma crise na sua vida. A crise
pode apresentar-se de muitas formas diferentes. Por exemplo, você pode
aperceber-se que:
O seu parceiro quer um divórcio
O banco planeja ficar com a sua casa
O médico acha que a sua saúde está seriamente comprometida
Seu chefe ficou farto
e propõe a sua demissão
A sua família e amigos estão mantendo distância de você
Com sorte (ou de preferência por decisão sua), você vai
atender os sinais de advertência antes que as coisas possam ficar piores.
Negando que você tem um problema que necessita da sua atenção e dedicação vai
simplesmente fazer com que entre num
buraco cada vez mais fundo. A profundeza do problema pode atingir uma magnitude
que você pode não conseguir recuperar a tempo.
Ouça as pessoas à sua volta e seja honesto com você mesmo. A mudança
pode não ser tão dolorosa quanto você pensa, especialmente em comparação com a
crise iminente que pode estar enfrentando.
Expectativas irrealistas. Muitas vezes propomo-nos a
falhar porque criamos expectativas irreais. Ainda que isso não seja exatamente uma recusa à
mudança, é um problema interno que prejudica o auto-aperfeiçoamento. Quando
esperamos obter resultado elevados num curto espaço de tempo, isso pode ser
irrealista e comprovar-se como um desmotivador. Isso leva-nos a desistir e a
voltarmos às nossas velhas maneiras de agir e pensar.
Expectativas irrealistas podem destronar rapidamente a
mudança positiva. Uma área onde isso é comum é quando alguém pretende perder
peso. Por vezes algumas pessoas iniciam
um programa ou dieta para perder peso de maneira rápida à espera de verem
grandes resultados. Quando isso não acontece dessa forma, desistem. Outra área
em que querer atingir grande resultados e ganhos de forma rápida que leva ao
fracasso é quando se pretende iniciar um
negócio. Muitas vezes, as pessoas têm expectativas pouco realistas sobre quanto
tempo e esforço é necessário envolver no empreendimento de ações.
Para refletir: O mais importante não é querer ter sucesso.
Certamente todos nós queremos. O que importa é perceber até que ponto estamos
dispostos a fazer coisas com o objetivo de atingir o sucesso.
Se você quiser criar uma mudança real e significativa, então
terá que comprometer-se a médio e longo prazo. Você tem que ter uma compreensão
clara do que será necessário para criar a mudança que deseja e estar disposto a
persistir, insistir e a levantar-se depois das quedas. Se as expectativas
irrealistas o retêm no passado, então faça um esforço para realinhar os seus
objetivos e tentar novamente. Tente até conseguir, pelo menos enquanto o seu
objetivo lhe parecer razoável.
Muitos de nós percebemos mal as nossas respostas internas,
rotulamos as nossas sensações fisiológicas, como por exemplo um aperto no peito
ou a tensão muscular, quando elas de facto refletem angústia ou confundimos uma
emoção ameaçadora (como a ansiedade) por outra, mais pessoalmente aceite (como
a raiva). Uma consciência imprecisa ou diminuída, reduz a habilidade para
usarmos as respostas emocionais de forma funcional e pode conduzir-nos a reagir
de formas embaraçosas e prejudicais.
Exemplo 1: Alguém que seja demasiado tímido ou introvertido
pode dizer que não vai a eventos sociais porque não gosta deles, quando, de
facto, ele evita-os devido ao não reconhecimento da sua ansiedade.
Exemplo 2: Uma pessoa pode ficar surpreendida com a sua
atitude de agressividade para com um colega de trabalho porque não percebeu que
se sentiu ressentida e zangada para com o seu colega, devido a um repetido mas
aparente desprezo e tom de voz desrespeitoso.
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