Contar com a aprovação das outras pessoas é uma necessidade natural do ser humano, pois vivemos em sociedade e precisamos ser aceitos pelo grupo. Mas quem segue a opinião dos outros à risca pode estar sofrendo de insegurança e deve rever seu comportamento.
“Quando você sempre abre mão dos seus desejos para corresponder às expectativas de terceiros, perde a vontade própria e acaba se tornando um ‘fantoche’ que atende apenas aos anseios dos demais. Com isso, corre o risco de ficar frustrado e triste. Por sua vez, quem jamais se incomoda com o que pensam de si se torna inconveniente, perde amigos e pode acabar excluído e solitário”, comenta a psicóloga Marisa de Abreu. Por isso, é importante encontrar o equilíbrio e ponderar quando a opinião dos outros a seu respeito deve ser considerada e atendida ou quando ela deve ser ignorada.
A dentista Mariana Dutra, de 25 anos, jamais usa uma roupa que não seja do agrado de seu namorado, o publicitário Márcio Noronha, de 27 anos. “Às vezes, quando já estou pronta para sair, ele diz que não gostou do look. Na mesma hora, eu me troco e visto algo que ele goste”, conta Mariana. Para a psicóloga, é natural que o comentário do namorado seja levado em consideração, pois toda mulher quer estar bonita para seu companheiro. “Demonstrar que o gosto do namorado é atendido pode trazer benefícios para a relação, pois mostra que o casal se preocupa em manter a atração em alta. Mas se ao se trocar a mulher transmite a mensagem ‘Ok, você é meu dono e determina até a roupa que eu uso’, é preciso repensar esse comportamento. Afinal, na relação a dois, ninguém deve ser submisso”, alerta Marisa.
Outra situação conflituosa é a vivida pelo estudante Felipe Cintra, de 18 anos, que está se preparando para prestar o vestibular. Ele adoraria cursar música, mas abriu mão desse sonho em função da opinião de seus pais. “Eles querem que eu escolha uma profissão mais rentável e segura. Para eles, o futuro como músico é muito instável”, explica o garoto. “O ideal é que os pais conversem francamente, expondo seu ponto de vista de maneira clara e demonstrando que apenas desejam o bem do filho. E aí, cabe ao garoto analisar os argumentos apresentados, podendo ou não atender aos pais”, aconselha Marisa.
Para alcançar o equilíbrio
Até que ponto é interessante ouvir e fazer o que os outros dizem? Como saber se você deve ou não seguir os comentários dos demais? “Ouvir o que as pessoas têm a dizer é importante, mas, antes de acatar a opinião delas, é preciso haver sempre alguma deliberação. Avalie e pense muito bem antes de atender a dicas e conselhos. É ótimo que as pessoas possam colaborar com palpites, pois essa troca de opiniões é sempre enriquecedora. Mas essas ideias só deixam de ser do outro e passam a ser nossas quando são avaliadas e, então, chegamos à nossa própria conclusão.
E lembre: às vezes, vale mais a pena seguir as suas escolhas, ainda que erradas, do que trilhar um caminho certo baseado na decisão de terceiros. “Quando você segue somente as escolhas de quem está à sua volta, deixa de viver experiências enriquecedoras”, conclui a psicóloga.
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