Você se considera uma pessoa higiênica? Na verdade, com o aumento do desenvolvimento urbano, todos nós nos tornamos mais higiênicos. E desde então, pensamos que o excesso de higiene é o que nos salvará dos tão temíveis microrganismos. Mas será que esses microrganismos só nos fazem mal?
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Não se assuste! O título está correto e, apesar de parecer absurdo, dia após dia o ser humano constata mais e mais que aquele célebre grego tinha razão ao dizer: “Remédio ou veneno, tudo é uma questão de dose”. Acontece que cientistas dos mais renomados e das mais diversas localidades ao redor do mundo chegam à mesma conclusão à medida que suas pesquisas avançam: higiene demais faz mal.
Estudos recentes realizados pela universidade Duke (EUA), concluíram que a nossa atitude em relação à higiene pessoal pode ser considerada até perigosa em alguns casos. Nunca nossa comida, água e demais produtos foram tão limpinhos e livres de germes e bactérias; tudo tão limpinho e cheiroso que se não ficarmos atentos, muito em breve teremos que viver em bolhas de plástico para não ficarmos doentes. Nem nossos bichos de estimação escaparam dessa estatística; eles nunca estiveram tão limpinhos, cheirosos e esterilizados.
Em outra modalidade de pesquisa os cientistas revelam também que a preocupação com a limpeza externa de nosso corpo é necessária, sim, porém alertam para o fato de quem somos nós realmente por dentro - e é até meio assustador dizer isso - mas de acordo com tais pesquisas o corpo humano é habitado por dez vezes mais germes e bactérias do que por células humanas propriamente ditas. Falando em bom e claro português, você é dez vezes mais bactérias e germes do que você mesmo. Portanto, saiba que o que você pensa e sente ainda é mais importante do que a quantidade de banhos que você toma todos os dias...
A neurose de algumas pessoas relacionada à limpeza, às vezes chega a preocupar; elas literalmente estão deixando seus anticorpos malucos... esse pequeno grande exército já não sabe mais o que combater! Afinal, não há mais o que combater em função de tanta limpeza. Aí acontece o inevitável: eles consideram tudo como ameaça e desencadeiam uma série de reações alérgicas no organismo que podem até levar à morte, ou seja, nossos aliados se voltam contra nós! Não é irônico?
Tudo isso parece absurdo: um inocente banho diário pode desencadear alergias pelo corpo até à morte? Inacreditável!
Novamente voltamos à boa e velha máxima: “Questão de dose”! Tudo, na verdade, em nossas vidas se resume a isso: doses... medidas... e equilíbrio...
É necessário que o bom senso seja a palavra de ordem em nossa vida. Afinal, quando simples hábitos tornam-se neuroses, aí sim, passamos a ter problemas reais em nossa vida. Se o cheiro do seu corpo não está tão agradável assim, é muito fácil. Você consegue resolver esse problema em dez minutinhos com ajuda de água e sabão. Pronto! Como diz o ditado, “lavou, tá novo”.
Agora, com o que você pensa não é bem assim. Se a verdadeira sujeira estiver lá dentro disfarçada em forma de crenças e pensamentos distorcidos, seu problema é bem mais sério. Portanto comece a ter controle sobre as coisas que põe pra dentro de sua mente. Você pode começar a criar certas realidades um tanto indesejáveis em sua vida.
“Meu mestre, certa vez, referiu-se a essas pessoas como tumbas caiadas. Ele disse que “elas eram limpinhas e bonitas por fora, no entanto, podres por dentro.”
Reflita bem sobre isso.
Algumas referências e informações contidas neste artigo foram extraídas da revista Super Interessante, edição 249, mês de fevereiro de 2008, páginas 23 e 24.
Essa hipótese defendida por muitos pesquisadores se chama “Hipótese da Higiene”. Ela passou a ser defendida quando foi observado o quanto houve aumento nessas doenças auto-imunes e alérgicas nos últimos anos, junto com o aumento da industrialização e também do saneamento básico e, consequentemente da higiene.
Alguns pesquisadores também defendem que em famílias com maior número de filhos as crianças ficam menos suscetíveis às doenças alérgicas e auto-imunes. Isto porque, os filhos mais velhos transmitem às infecções adquiridas aos filhos mais novos, favorecendo o contato dos mais novos com os microrganismos. Além disso, as pesquisas também apontam que levar uma “vida de fazenda” na infância contribui para menor incidência de doenças alérgicas. Isso devido principalmente ao contato maior com animais e ao consumo de leite não-pasteurizado.
Portanto, segundo essa hipótese, a melhor maneira de prevenção dessas doenças auto-imunes e alérgicas é deixar a criança, desde pequena, ter contato com o mundo externo favorecendo o contato com microrganismos. Ou seja, criança livre de EXCESSO de higiene é criança feliz e será um adulto saudável!
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