A situação não é muito diferente no Brasil, segundo o Ministério da Saúde, cerca de 10% das mulheres acima de 40 anos e 20% das que têm mais de 60 manifestam algum problema dessa natureza.
Para entender o hipotireoidismo conheça primeiro a tireóide:
A tireóide é uma glândula que fica no pescoço, logo abaixo daquela saliência que você conhece como “pomo-de-adão”. A tireóide produz dois hormônios muito importantes para o organismo: o T3 e o T4 que controlam o funcionamento de diversos órgãos. Esses hormônios interferem diretamente em processos como crescimento, ciclo menstrual, fertilidade, sono, raciocínio, memória, temperatura do corpo, batimentos cardíacos, eliminação de líquidos, funcionamento intestinal, força muscular e controle do peso corporal.
O hipotireoidismo ocorre quando a tireóide produz hormônios em quantidade insuficiente. Ganha peso. Quando ela fabrica em excesso chama-se hipertireoidismo. Perde peso.
Esses problemas são facilmente reconhecidos porque o hipertireoidismo acelera todas as funções do corpo, enquanto o hipotireoidismo deixa tudo mais lento. No entanto, muitos casos ficam sem diagnóstico e é aí que está o perigo: sem tratamento adequado, as doenças da tireóide afetam o coração, os ossos, alteram as gorduras no sangue e causam muitos danos.
Sintomas
Fique atenta para não confundir os sintomas do hipotireoidismo com o de outras doenças ou situações do dia-a-dia.
No início, as principais características apresentadas são:
Cansaço.
Fraqueza.
Cãibras musculares.
Maior sensibilidade ao frio.
Lentidão.
Pele seca.
Dor de cabeça.
Sangramento menstrual excessivo.
Unhas fracas.
Cabelos finos e ralos.
Palidez cutânea.
Reflexos tendinosos anormais (detectados por seu médico)
Com a evolução do quadro, ocorre:
Fala mais arrastada.
Ausência de suor.
Ganho de peso.
Constipação intestinal.
Inchaço.
Rouquidão.
Redução da sensibilidade a odores e ao tato.
Queimação gástrica.
Dores musculares.
Falta de ar.
Angina.
Perda de audição.
Se você apresenta alguns desses sintomas, procure seu médico!
O hipotireoidismo pode ter diferentes causas: congênitas (de nascença) ou adquiridas.
Entre as congênitas, pode haver: ausência da glândula tireóide, um defeito na secreção dos hormônios ou uma atrofia da glândula causada pela deficiência de iodo. Muitos desses casos são hereditários.
Entre as adquiridas, pode ocorrer atrofia ou deficiência das funções da glândula por motivos diversos, incluindo uma tireoidite.
Já o hipotireoidismo do adulto tem como causas:
Atrofia da tireóide
Remoção cirúrgica da tireóide
A deficiência funcional que pode surgir após o uso terapêutico de iodo radioativo e de alguns medicamentos.
A tireoidite crônica (quando o organismo não reconhece a tireóide como parte do próprio corpo, fazendo com que o sistema imunológico prejudique o seu funcionamento).
Mais afetados
O hipotireoidismo atinge pessoas de ambos os sexos e de todas as idades.
Porém, certos grupos são mais vulneráveis:
Mulheres, especialmente acima dos 40 anos, em período pós-parto.
Pacientes em radioterapia de cabeça e pescoço.
Pessoas que já tiveram problemas de tireóide.
Usuários de lítio ou amiodarona.
Homens acima dos 65 anos.
Pessoas com histórico familiar de diabetes.
Portadores de Tireoidite de Hashimoto ou Lúpus.
Calma! Pertencer a um destes grupos não significa que você terá a doença.
Consequências
Infelizmente, quando o hipotireoidismo não é diagnosticado a tempo ou não é tratado adequadamente pode levar a sérias consequências. Outros órgãos são afetados, podendo levar aos seguintes quadros:
Insuficiência cardíaca.
Dislipidemia.
Coronariopatia.
Hipertensão arterial.
Glaucoma.
Anemias.
Disfunções respiratórias.
Retardo mental.
Surdez e deficiência no crescimento em recém-nascidos
Desordens gastrintestinais e neurológicas
Como é feito o diagnóstico?
O principal exame para diagnosticar tanto o hipotireoidismo quanto o hipertireoidismo é a dosagem do TSH (hormônio estimulante da tireóide). Se o seu médico achar necessário, ele também pode pedir a dosagem da quantidade de hormônio tireoidiano no sangue (T3 ou T4).
Para os recém-nascidos que apresentam disfunções ou ausência da glândula o diagnóstico é feito pelo exame de rotina conhecido como “teste do pezinho”. Essas crianças devem começar o tratamento imediatamente após o diagnóstico.
Leia mais: Tratamento tireóide
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