Dor de cabeça e distúrbios gastrointestinais podem acompanhar o quadro.A depressão caracteriza-se como uma doença em que ocorrem desequilíbrios químicos dos chamados neurotransmissores. Essas substâncias são responsáveis por transportar as informações pela rede de neurônios de nosso cérebro - incluindo as sensações de prazer, serenidade, disposição e bem estar.
"A depressão irá afetar neurotransmissores como serotonina, dopamina, noradrenalina e melatonina, que interferem justamente nesses sentimentos", afirma o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia. Esse desequilíbrio químico pode desencadear uma série de respostas e em diversas funções do organismo, e as consequências são os sintomas que já conhecemos: tristeza, apatia, falta de motivação, dificuldade de concentração, pessimismo, insegurança e muitos outros.
Além dos sintomas psicológicos tão conhecidos da depressão existe um grupo de sensações físicas que também cursam com a doença. Se não for tratada, a depressão se agrava, causando sintomas que nem sempre são relacionados à doença.
Além dos sintomas psicológicos tão conhecidos da depressão existe um grupo de sensações físicas que também cursam com a doença. Se não for tratada, a depressão se agrava, causando sintomas que nem sempre são relacionados à doença.
Confira algumas sensações físicas que podem acompanhar o quadro depressivo e quando buscar ajuda:
Distúrbios do sono
Distúrbios do sono são bem comuns: ou o paciente dorme demais, buscando no sono uma fuga da realidade, ou não consegue dormir, por não conseguir se desligar dos problemas que o levaram a depressão. Em ambos os casos, o resultado é um sono de má qualidade. "O paciente não se recupera o suficiente para as atividades que deve exercer, o que explica a piora da do rendimento e da produtividade", lembra o psiquiatra Luis Gustavo Brasil, da Clínica Maia.
Problemas digestivos
Quando o individuo está em depressão, há uma baixa na produção dos neurotransmissores, como a serotonina e a noradrenalina. "Esses mediadores são responsáveis pela modulação da dor e também pelo equilíbrio emocional, portanto um paciente depressivo apresenta maior sensibilidade à dor", explica a psicóloga e psicanalista Priscila Gasparini Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP).
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A dor na parte gastrointestinal é muito comum em depressivos. Segundo a especialista, há muitas vezes a ocorrência da síndrome do intestino irritável, que
causa dores abdominais, flatulência e mudanças do hábito intestinal.
"Pacientes podem chegar ao gastroenterologista com esses sintomas e,
após vários exames clínicos, são diagnosticados como de fundo
emocional."
Dor de cabeça
A depressão também pode motivar dores do tipo cefaleia. "Há o cenário que chamamos de somatização, no qual o indivíduo com depressão acumula sintomas emocionais, frustrações, medos e inseguranças e descarrega no corpo", afirma a psicóloga Priscila. "Vale ressaltar que é um processo inconsciente, ou seja, o individuo não tem controle sobre isso, e deve procurar ajuda profissional."
Cansaço ou fadiga
"A falta da produção adequada dos neurotransmissores serotonina, noradrenalina e dopamina gera uma prostração muito grande em pacientes", conta Priscila Gasparini Fernandes. O resultado são sintomas como fraqueza, cansaço, falta de ânimo e falta de iniciativa para executar qualquer atividade.
Mudanças no apetite e no peso
A depressão é frequentemente associada a transtornos alimentares. Isso porque a doença leva a alterações no apetite, podendo ocorrer a falta ou o excesso deste, culminando em perda ou ganho de peso. "As reações são individuais, é necessário apenas observar que o comportamento não está normal para aquela pessoa e orientá-la a buscar ajuda", explica a psicóloga Patricia.
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A especialista ressalta ainda que quadros de anorexia e bulimia são
diferentes de depressão, e como tal devem ser tratados separadamente.
Há casos em que o paciente já diagnosticado com transtornos alimentares
desenvolve um quadro depressivo, mas não se sabe quais são os gatilhos
para essa relação. Portanto, é necessário prestar atenção tanto nas
mudanças de apetite do paciente com suspeita de depressão quanto em
sinais depressivos nas pessoas que já tratam transtornos alimentares.
Dores no corpo
Pacientes com depressão muitas vezes se queixam de dores generalizadas e persistentes no corpo todo, principalmente nas costas e peito. "Os sintomas de fadiga e cansaço próprios do quadro depressivo acabam comprometendo uma postura adequada quando o indivíduo tenta realizar suas atividades diárias, piorando a sensação de tensão e dores musculares", explica psiquiatra Luis. Sedentarismo e a falta de atividades físicas podem tornar o quadro ainda mais intenso.
Imunidade baixa
A depressão leva o indivíduo à prostração - ele não se sente bem fisicamente e mentalmente. Isso pode, de maneira indireta, interferir na imunidade. "Ocorre uma liberação descontrolada de hormônios quando não estamos bem emocionalmente, afetando as células de defesa", diz Priscila Gasparini Fernandes. Além disso, a tristeza e falta de iniciativa para realizar atividades pode fazer com que o paciente não tome os devidos cuidados com a saúde, adotando comportamentos de risco como ingestão excessiva de álcool, tabagismo, uso de drogas, má alimentação e sedentarismo - todos fatores que interferem diretamente na imunidade, deixando o indivíduo mais vulnerável a infecções oportunistas, como gripes, resfriados e herpes.
Tratamento
A escolha do tratamento mais adequado deve ser personalizada
e feita depois de uma avaliação física e mental completa da pessoa doente. Os
tipos de tratamento são diversificados, sendo aplicados de acordo com a
situação clínica.
Eis algumas opções para o tratamento da depressão que o seu
médico poderá recomendar:
O tratamento deverá ser continuado por vários meses, mesmo
depois de se sentir melhor. Só desta forma evitará recaídas quando terminar o tratamento
antidepressivo. Não altere nem interrompa o tratamento indicado pelo seu médico
e caso não se sinta confortável antes de tomar alguma decisão fale com o seu
médico ou farmacêutico.
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