É comum a ideia de que elas são mais exigentes com a própria imagem do que com a dos homens. E que costumam criticar mais a aparência de outras mulheres do que eles fazem com os membros de seu gênero.
A maior ofensa para o sexo masculino costuma ser associada ao questionamento de sua masculinidade. Quando o alvo é o homem do tipo machão, então, é esperado que sua reação seja mais agressiva (e até violenta).
O fato é que ninguém gosta de ter suas competências e imagem questionadas, principalmente se elas são socialmente definidas como importantes. A reação será ainda pior se houver, por parte do ofendido, alguma insegurança ou complexo em relação à qualidade criticada negativamente.
Mas é possível dizer que mulheres são mais sensíveis a críticas e julgamentos do que os homens? Segundo o psicólogo comportamental e doutorando do Departamento de Psicologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) Ricardo Monezi, "ambos sofrem com julgamentos, mas elaboram o sofrimento de jeitos diferentes".
A diferença no jeito de lidar com uma ofensa explica no desnível histórico entre eles e elas: uma desigualdade de papéis sociais que vai sendo superada muito aos poucos, e com grandes dificuldades.
Espaços considerados masculinos
Mesmo considerando que, hoje, a igualdade entre homens e mulheres é muito maior, a situação demora a se equalizar. "Mulheres são mais suscetíveis à censura, porque o espaço público e o universo profissional ainda são masculinos", afirma a socióloga e professora da PUC-SP e da Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Carla Cristina Garcia. O problema maior com as críticas surge quando mulheres penetram os espaços tradicionalmente masculinos, porque passam a ser muito mais cobradas.
"Cada vez que a mulher entra no espaço masculino sofre muito mais pressão; se faz algo para o bem ou para o mal, a cobrança é maior, como se estivesse se metendo em algo que não lhe cabe", diz a socióloga. "A questão é de gênero, e porque elas precisam ser quatro, cinco ou seis vezes melhores do que os homens para que tenham o mesmo reconhecimento deles, é que temos a impressão de que estão mais suscetíveis e sensíveis aos julgamentos".
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