A doença celíaca é causada pela intolerância ao glúten,
proteína encontrada em alimentos como trigo, cevada, centeio, aveia e malte.
O glúten é uma proteína presente no trigo, cevada, centeio,
aveia e malte, cereais muito utilizados na composição de alimentos,
medicamentos, bebidas industrializadas, cosméticos, entre outros.
Também conhecida como Espru Celíaco, Enteropatia
glúten-sensível, Enteropatia Glúten-Induzida, Espru Não Tropical e alergia à
farinha, a doença celíaca é uma doença autoimune causada pela intolerância ao
glúten. As pessoas portadoras dessa doença não podem ingerir alimentos que
contêm glúten, pois este agride e danifica as vilosidades do intestino,
prejudicando a absorção dos alimentos.
A doença celíaca pode se manifestar em qualquer idade, sendo
que na criança pode se manifestar logo após o início da introdução de cereais com
glúten em sua alimentação.
Nas figuras 1 e 2 podemos observar a imagem do intestino de
uma pessoa normal, enquanto que nas figuras 3 e 4 observamos a imagem do
intestino de uma pessoa com doença celíaca.
Em algumas pessoas, a doença celíaca pode ser assintomática,
mas em outros casos o portador pode apresentar alguns dos sintomas abaixo:
* Diarreia com
fezes fétidas, claras, volumosas, com ou sem gotas de gorduraou prisão de
ventre;
* Vômito;
* Perda de peso
com facilidade;
* Ganho de peso
com dificuldade;
* Inchaço nas
pernas;
* Anemia;
* Alterações na
pele;
* Fraqueza nas
unhas;
* Queda de
pelo;
* Diminuição da
fertilidade;
* Alterações no
ciclo menstrual;
* Retardo do
crescimento em crianças;
* Sinais de
desnutrição;
* Flatulência;
* Dermatite
herpetiforme (pequenas feridas ou bolhas na pele, que coçam);
*
Irritabilidade;
* Distensão
abdominal (barriga inchada);
* Dor
abdominal;
* Osteoporose.
A dermatite herpetiforme é uma variante da doença celíaca
As pessoas que têm maior chance de apresentar a doença
celíaca são aquelas que apresentam diabete do tipo 1, doença autoimune da
tireoide, síndrome de Turner, síndrome de Williams, ou quando há casos na
família.
Em razão dos seus inúmeros sintomas, a doença celíaca pode
levar anos para ser diagnosticada. Esse diagnóstico pode ser feito através de
exames de fezes, exames de imagem e exames sorológicos. Mas os exames mais confiáveis
são os que detectam os níveis do anticorpo antitransglutaminase e do anticorpo
antiendomísio. A endoscopia com biópsia para retirada de amostras de tecido do
intestino delgado também é muito utilizada para a confirmação da doença.
O tratamento da doença celíaca consiste em evitar, pelo
resto da vida, a ingestão de alimentos que contêm glúten, tais como trigo,
aveia, centeio, cevada e malte, pães, cereais, bolos, pizzas, biscoitos,
bolachas, macarrão, cerveja, entre tantos outros produtos. Após 1 ou 2 semanas
do início da dieta, os sintomas desaparecem na maioria das pessoas. Geralmente
de 6 a 12 meses depois, as paredes do intestino se recuperam totalmente. Nas
crianças, o crescimento volta ao normal. Como essa doença não tem cura, o
tratamento deve ser seguido pelo resto da vida.
Muitas pessoas que apresentam essa doença têm que criar
alternativas para substituir a farinha proibida por outros alimentos. Com
criatividade é possível substituí-la por fécula de batata, farinha de milho,
amido de milho, polvilho doce ou azedo, farinha ou creme de arroz, farinha de araruta, fubá, etc.
Os alimentos que uma pessoa portadora de doença celíaca pode
consumir são arroz, milho, mandioca, fubá, féculas, óleos, margarinas, todo e
qualquer tipo de fruta, leite, manteiga, queijos e derivados (quando o celíaco
não apresentar diabetes), folhas, cenoura, tomate, vagem, feijão, soja,
grão-de-bico, ervilha, lentilha, cará, inhame, batata, mandioca, carne de aves,
suínos, bovinos, caprinos, miúdos, peixes e frutos do mar.
É muito importante que as pessoas portadoras de doença
celíaca leiam bem os rótulos dos produtos que irão consumir, já que a lei
federal nº 10.674, de 2003, obriga todas as indústrias alimentícias a informar
em seus rótulos se o produto “CONTÉM GLÚTEN” ou “NÃO CONTÉM GLÚTEN”.
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