Os macacos-prego não são uma única espécie, mas sim pelo
menos 12 tipos de macaco muito parecidos entre si. Por causa da semelhança,
acabam sendo todos chamados pelo mesmo nome.
Eles pesam entre 1,3 kg e 5 kg, e
os maiores podem medir até 48 centímetros de comprimento (sem contar a cauda).
Eles se distribuem por quase toda a América do Sul. Há
espécies de macaco-prego em regiões muito diferentes: úmidas, secas, frias,
quentes, no litoral ou nas montanhas, na floresta ou na vegetação aberta.
Alguns tipos correm grave risco de extinção, outros são muito comuns nas regiões onde habitam. Hoje, o maior risco para os macacos-prego é o desmatamento, especialmente na Amazônia e na Mata Atlântica.
O macaco-prego é um animal onívoro – ou seja, come de
tudo, igual ao ser humano. Algumas espécies comem praticamente só plantas ou
insetos, enquanto outras também se alimentam de frutas, ovos, sementes,
caranguejos, sapos e até pequenos mamíferos, como ratos e camundongos.
Parece legal ter um, né? Mas nem adianta pedir para seus
pais — além de sair muito caro comprar o bichinho, ter um macaco-prego não é
tão fácil quanto ter um cachorro de estimação em casa. Eles são animais
espertos e aprendem truques com facilidade, mas também têm muita energia e
precisam morar em locais abertos (bem maiores que o seu quintal ou a sacada do
seu apartamento). Além disso, gostam de viver em grupo e são bem sensíveis,
exigindo muitos cuidados.
Entrevista Taíse Bresolin Chefe do escritório regional do
Ibama em Chapecó.
"Cadastro deve ser feito na Fatma"Animal silvestre
em casa só é permitido se for de um criadouro autorizado pelo Ibama. Nesse caso
deve ter um chip de identificação e nota fiscal. Mas ter um animal comprado de
alguém ou retirado da mata pode dar multa e processo penal e administrativo.
A explicação é da chefe do escritório regional do Ibama em
Chapecó, Taíse Bresolin. Ela explicou ao Diário Catarinense que, mesmo quem
cria pássaros silvestres como um hobby, precisa fazer o cadastro, que antes era
feito no Ibama e desde 2011 passou a ser de responsabilidade da Fatma.
Diário Catarinense — Como funciona para alguém abrir um
criadouro comercial de animais silvestres?
Taíse Bresolin — O primeiro passo é fazer um cadastro no
Sistema de Gestão da Fauna Silvestre (Sisfauna). Até 2011, esse cadastro era
feito no site do Ibama. Agora deve ser feito na Fatma. O Sisfauna é mantido
pelo Ibama, mas quem gerencia é o órgão estadual. No cadastro, o empreendedor
deve informar as espécies que vai criar. Depois de uma análise é concedida uma
autorização prévia, autorização de instalação e, depois de uma vistoria, a
autorização de manejo.
DC — Quais são os critérios que o empreendedor tem de obedecer
para poder ter um criadouro?
Taíse — Ele tem de ter um espaço adequado para os animais,
mostrar como serão as jaulas, informar como será a limpeza, a alimentação e ter
um responsável técnico atuando junto desde o momento da elaboração do projeto.
DC — Ele só pode utilizar animais de outros criadouros?
Taíse — A não ser em caso de autorização especial, ele não
pode buscar espécies na natureza e sim comprar de quem já trabalha com
criadouros ou então se inscrever para receber animais de centros de triagem do
Ibama. Normalmente ele não pode comercializar os adultos e, em alguns casos,
nem a primeira geração.
DC — Como é a fiscalização?
Taíse — Semestralmente ele (o criador) tem de informar os
animais que vendeu, os animais que recebeu e os filhotes. Os animais precisam
ser identificados. Nos pássaros são utilizadas anilhas e, no caso de macacos ou
similares, chips. Com isso é possível rastrear de onde vieram os animais.
DC — Existem espécies que são proibidas de serem
comercializadas no Brasil?
Taíse — Foi proibida a criação e comercialização de javalis.
Esses animais foram soltos ou fugiram e começaram a concorrer com espécies como
catetos e geraram um desequilíbrio. Em Santa Catarina também está proibida a
comercialização de saguis, pois não é uma espécie recorrente no Sul e pode
concorrer com as nativas.
DC — Para quem vai comprar um animal silvestre, quais são as
recomendações?
Taíse — Além do chip ou da anilha é preciso ter a nota
fiscal, para garantir a procedência de um criadouro autorizado.
DC — O que é proibido ter em casa?
Taíse — Qualquer animal silvestre que não é de um criadouro
autorizado.
Um exemplo é o papagaio, que tem muito na região. Se a
fiscalização encontrar, vai autuar. A multa é de R$ 500 por exemplar de espécie
não ameaçada e R$ 5 mil por exemplar de espécie ameaçada de extinção. Além
disso, a pessoa vai sofrer processo administrativo e penal. Sem a nota fiscal
o dono do animal não conseguirá transportá-lo para outra cidade. Mesmo quem
cria pássaros sem fins de comercialização precisa se cadastrar no Sisfauna.
No interior de Xanxerê reside Vilson Carlos Zarembski, que
recentemente se tornou uma ‘celebridade’ na cidade ao ser publicado na Revista
Veja matéria sobre sua vida e profissão, ele também participou do programa Mais
Você da Ana Maria Braga.
Macacos-prego de Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, ganham fama nacional
Vilson é o único criador autorizado dos animais silvestres no Brasil.
Criador largou a empresa de eletrônicos para se dedicar exclusivamente aos animais.
O motivo da badalação são os filhotes de macaco-prego que
foram adquiridos por celebridades como o atacante do Botafogo Emerson Sheik, a
socialite Renata Scarpa e o cantor Latino. Zarembski é o único criador com
autorização do Ibama e da Fundação de Meio Ambiente (Fatma) para vender a
espécie no Brasil. O valor dos filhotes, criados em cativeiro, varia de R$ 20
mil a R$ 60 mil. O alto valor é explicado pela raridade de se ter um macaco de
estimação. Zarembski vende entre oito e dez filhotes por ano.
Famosos que compraram macacos-prego de Xanxerê
Emerson Sheik – atacante do Botafogo (RJ)
Renata Scarpa – socialite, irmã de Chiquinho Scarpa
Dinho Diniz – empresário
Latino – cantor
André Poloni – adestrador
Gilberto Miranda – adestrador
Ricardo Almeida – estilista
Latino em pose com seu macaquinho de estimação
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