O estresse afeta a todos nós. É possível notar sintomas físicos do estresse ao educar os filhos, durante horários de pico no trânsito ou no trabalho, ao gerenciar as finanças ou ao lidar com um relacionamento desafiador.
O estresse está em todo lugar. E enquanto um pouco de estresse é OK – algum estresse é realmente benéfico – muito estresse pode desgastar e deixar qualquer pessoa doente, mental e fisicamente.
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O primeiro passo para cuidar da saúde é conhecer os sintomas físicos do estresse. Mas reconhecê-los pode ser mais difícil do que se imagina. A maioria de nós está tão acostumada a estar estressada, muitas vezes não sabemos que estamos estressados até que estamos que chegamos ao Burnout. (Síndrome de Burnout é um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema)
O que é o estresse
O que é o estresse
O estresse é uma reação do corpo a situações prejudiciais – sejam elas reais ou percebidas. Quando você se sente ameaçado, ocorre uma reação química em seu corpo que lhe permite agir de maneira a evitar ferimentos. Essa reação é conhecida como “luta ou fuga”, ou a resposta ao estresse. Durante a resposta ao estresse, a frequência cardíaca aumenta, a respiração acelera, os músculos se contraem e a pressão arterial aumenta. Você se preparou para agir. Essa é a forma como nosso organismos nos protege do perigo.
Estresse significa coisas diferentes para pessoas diferentes. O que causa estresse em uma pessoa pode ser de pouca preocupação para outra. Algumas pessoas são mais capazes de lidar com o estresse do que outras. E nem todo estresse é ruim. Em pequenas doses, o estresse pode ajudá-lo a realizar tarefas e evitar que você se machuque. Por exemplo, o estresse é o que faz você pisar nos freios para evitar bater no carro à sua frente. Isso é uma coisa boa.
Nossos corpos são projetados para lidar com pequenas doses de estresse. Mas, não estamos preparados para lidar com o estresse crônico de longo prazo sem consequências ruins.
Quais são os sintomas físicos do estresse?
O estresse pode afetar todos os aspectos da nossa vida, incluindo emoções, comportamentos, capacidade de raciocínio e saúde física. Nenhuma parte do corpo está imune. Mas, como as pessoas lidam com o estresse de maneira diferente, os sintomas físicos do estresse podem variar. Os sintomas podem ser vagos e podem ser os mesmos causados por condições médicas. Por isso, é importante discuti-las com um psicólogo ou com um médico. Você pode experimentar qualquer um dos sintomas listados abaixo:
1. Acne
A acne é um dos sintomas físicos do estresse mais visíveis e fáceis de observar. Quando algumas pessoas estão sentindo-se estressadas, elas tendem a tocar seus rostos com mais frequência. Isso pode espalhar bactérias e contribuir para o desenvolvimento da acne.
Vários estudos também confirmaram que a acne pode estar associada a níveis mais elevados de estresse. Pesquisadores da Universidade de Stanford já endossaram que as situações estressantes, de fato, manifestam-se no rosto. Foram acompanhadas pessoas entre 18 e 41 anos, que sofriam de espinhas e eram freqüentadoras de universidades. Elas foram avaliados em dois momentos. Um mês antes das provas finais e duas semanas após a realização dos testes. Na época de maior estresse, a acne agravava.
Outro estudo com 94 adolescentes constatou que níveis mais elevados de estresse estavam associados a pior acne, principalmente em meninos. Esses estudos mostram uma associação, mas não levam em consideração outros fatores que podem estar envolvidos.
Uma das razões possíveis para o estresse resultar em acne é que ele piora o funcionamento do sistema de defesa do organismo. A diminuição da imunidade faz com que a pele não reaja bem às bactérias, os poros ficam entupidos e o resultado é a espinha.
Além do estresse, outras possíveis causas da acne incluem alterações hormonais, bactérias, excesso de produção de óleo e poros bloqueados.
2. Dores de cabeça
Muitos estudos descobriram que o estresse pode contribuir para dores de cabeça, uma condição caracterizada por dor na região da cabeça ou pescoço. Um estudo com 267 pessoas com cefaléia crônica descobriu que um evento estressante precedeu o desenvolvimento de cefaleias crônicas em cerca de 45% dos casos.
Um estudo maior mostrou que o aumento da intensidade do estresse estava associado a um aumento no número de dias de dor de cabeça experimentados por mês.
Outro estudo pesquisou 150 membros do serviço militar em uma clínica de dor de cabeça, constatando que 67% relataram que suas dores de cabeça foram desencadeadas pelo estresse, tornando-se o segundo gatilho mais comum de cefaléia.
As preocupações diárias são uma das causas do estresse. Existe uma grande diferença entre pensar e se preocupar. Quando pensamos, buscamos por solução dos problemas. Porém, quando nos preocupamos, ficamos paralisados em um mesmo padrão de raciocínio Isso leva ao cansaço de sua mente e produz dores de cabeça.
Outros desencadeadores de dor de cabeça comuns incluem falta de sono, consumo de álcool e desidratação.
3. Dores crônicas
Dores crônicas são uma queixa comum que pode resultar do aumento dos níveis de estresse.
Alguns estudos apontam que o aumento dos níveis do hormônio do estresse cortisol pode estar associado à dor crônica. Nos pacientes com fibromialgia, por exemplo, o que se observou foi um excesso constante de adrenalina, fazendo o corpo estar em um estado constante de alerta, até mesmo durante o sono.
Um outro estudo comparou 16 pessoas com dor lombar crônica a um grupo controle. Descobriu-se que aqueles com dor crônica tinham níveis mais altos de cortisol.
Outro estudo mostrou que pessoas com dor crônica tinham níveis mais altos de cortisol no cabelo, um indicador de estresse prolongado.
É importante ter em mente que esses estudos mostram uma associação, mas não analisam outros fatores que podem estar envolvidos. Além disso, não está claro se o estresse contribui para a dor crônica ou vice-versa, ou se há outro fator que causa os dois.
Além do estresse, existem muitos outros fatores que podem contribuir para a dor crônica, incluindo condições como envelhecimento, lesões, má postura e danos nos nervos.
4. Alergia e problemas de pele
A pele é uma dos órgãos mais afetados pelo estresse. Você já percebeu o surgimento de bolinhas vermelhas em várias partes do corpo e até mesmo episódios de coceira após uma semana estressante? A alergia nervosa é um tipo de dermatite que pode surgir após situações de estresse ou problemas emocionais. Pode ser caracterizada por lesões do tipo eczema, ou seja, placas vermelhas e ásperas, algumas vezes, com pequenas bolhas e tendo a coceira como principal sintoma.
A alergia e a irritação podem acontecer em qualquer lugar do corpo. O estresse pode causar seborreia/caspa, vermelhidão e coceira na lateral do nariz, na região central do rosto, sobrancelhas, queixo e atrás das orelhas e costas.
5. Ficar doente ou gripado frequentemente
Se você sentir que está constantemente lutando contra uma gripe ou nariz escorrendo, o estresse pode ser o culpado. O estresse pode prejudicar seu sistema imunológico e causar maior suscetibilidade a infecções.
Em um estudo, 235 adultos foram categorizados em um grupo de estresse alto ou baixo. Durante um período de seis meses, aqueles no grupo de alto estresse experimentaram 70% mais infecções respiratórias e tiveram quase 61% mais dias de sintomas do que o grupo de baixo estresse.
Mais pesquisas em humanos são necessárias para entender a complexa conexão entre estresse e imunidade.
No entanto, o estresse é apenas uma peça do quebra-cabeça quando se trata de saúde imunológica. Um sistema imunológico enfraquecido também pode ser o resultado de uma dieta pobre, inatividade física e certos distúrbios de imunodeficiência, como leucemia e mieloma múltiplo.
6. Diminuição da energia e insônia
Fadiga crônica e diminuição dos níveis de energia também podem ser causados por estresse prolongado. O estresse é uma das principais causas de alteração do padrão do sono levando tanto à insônia aguda como a crônica. Ele pode ser causado por pressões no trabalho, obrigações familiares, problemas de saúde, depressão, ansiedade, entre outras coisas.
Um estudo com 2.483 pessoas descobriu que a fadiga estava fortemente associada ao aumento dos níveis de estresse. Outro pequeno estudo descobriu que níveis mais elevados de estresse relacionado ao trabalho estavam associados a aumento da sonolência e inquietação na hora de dormir. A insônia é uma condição potencialmente grave e que rouba do seu corpo o descanso que ele necessita para se refazer física, mental e emocionalmente.
Outros fatores que podem desempenhar um papel na diminuição dos níveis de energia incluem desidratação, baixa de açúcar no sangue, uma dieta pobre ou uma tireóide hipoativa (hipotireoidismo).
7. Alterações na libido
Muitas pessoas experimentam mudanças em seus impulsos sexuais durante períodos estressantes. Um estudo avaliou os níveis de estresse de 30 mulheres e, em seguida, mediu sua excitação enquanto assistia a um filme erótico. Aquelas com altos níveis de estresse crônico experimentaram menos excitação em comparação com aquelas com níveis mais baixos de estresse.
Outro estudo, composto por 103 mulheres, constatou que níveis mais elevados de estresse estavam associados a menores níveis de atividade sexual e satisfação. Da mesma forma, um estudo analisou 339 residentes médicos. Relatou que altos níveis de estresse impactaram negativamente o desejo sexual, a excitação e a satisfação.
Existem muitas outras causas potenciais de alterações na libido, incluindo alterações hormonais, fadiga e causas psicológicas. Sexo é vida e um dos pontos importantes para o bem-estar e felicidade. Em todos os casos é sempre aconselhável procurar a ajuda de um psicólogo ou buscar uma terapia sexual.
A diminuição do desejo sexual é um sintoma físico do estresse bastante comum
8. Problemas digestivos
Problemas digestivos representam como diarréia e constipação também podem ser causados por altos níveis de estresse. Gastrite e úlcera são sintomas físicos do estresse bastante comum.
Estresse pode afetar especialmente aqueles com distúrbios digestivos, como síndrome do intestino irritável ou doença inflamatória intestinal, caracterizados por dor de estômago, inchaço, diarréia e constipação.
Em um estudo, níveis mais altos de estresse diário foram associados com o aumento do desconforto digestivo em 181 mulheres. Além disso, uma análise de 18 estudos que investigaram o papel do estresse na doença inflamatória intestinal observou que 72% dos estudos encontraram uma associação entre estresse e sintomas digestivos.
Quanto maior o tempo que a pessoa permanecer convivendo com os sintomas físicos do estresse, mais o problema se agravará, então nenhum sinal deve ser ignorado. Se você reconheceu que sua dor de estômago frequente pode ser resultante da pressão diária, procure um psicólogo. O psicólogo é um dos profissionais mais preparados para ajudar-nos a lidar com o estresse do dia a dia.
Tenha em mente que muitos outros fatores podem causar problemas digestivos, como dieta, desidratação, níveis de atividade física, infecção ou certos medicamentos.
9. Alterações no apetite
Mudanças no apetite são comuns durante períodos de estresse. Quando nos sentimos estressados, podemos perder o apetite ou assaltar a geladeira no meio da noite.
Um estudo com estudantes universitários descobriu que 81% relataram que experimentaram mudanças no apetite quando estavam estressados. Destes, 62% apresentaram aumento de apetite, enquanto 38% experimentaram diminuição.
O estresse provoca alterações químicas no organismo e pode estar por trás ao aumento dos índices de obesidade registrados em todo o mundo nos últimos anos. O estresse ocasiona aumento da grelina, que é um hormônio gástrico responsável pelo aumento do apetite. Então, as pessoas estressadas têm mais apetite e, consequentemente, engordam. E têm o cortisol elevado, que por si só aumenta a gordura abdominal.
Essas mudanças no apetite também podem causar flutuações no peso durante períodos estressantes. Outras possíveis causas das alterações do apetite incluem o uso de certos medicamentos ou drogas, alterações hormonais e condições psicológicas.
Pessoas ansiosas e estressadas costumam assaltar a geladeira durante a noite
10. Queda de cabelo
A queda de cabelo por estresse é real e comprovada cientificamente. Durante os períodos de estresse o organismo libera uma substância que aumenta a produção de estriol, que por sua vez bloqueia a entrada de nutrientes na região capilar. Isto causa um término prematuro da fase de crescimento. Enfraquece os fios pela falta de nutrientes e por fim leva aos casos de queda.
Existe tratamento para queda de cabelo quando a única causa da perda dos fios é o estresse, mas esse tipo de tratamento vai muito além do que procurar um dermatologista. Ele é o médico responsável por diagnosticar e tratar os fios, mas a verdadeira cura para o este sintoma também pode exigir acompanhamento de psicólogos e psiquiatras, além de medicamentos como ansiolíticos e calmantes. Assim como a saúde dos fios é importante, devemos levar em consideração que a saúde do corpo e, principalmente, da mente, deve estar entre as nossas prioridades de cada dia.
11. Batimentos cardíacos acelerados
Um batimento cardíaco acelerado e aumento da freqüência cardíaca também podem ser sintomas de altos níveis de estresse.
Um estudo mediu a reatividade da frequência cardíaca em resposta a eventos estressantes e não estressantes, e constatou que a freqüência cardíaca foi significativamente maior durante condições estressantes.
Em outro estudo, descobriu-se que a exposição de 87 alunos a uma tarefa estressante aumentava a freqüência cardíaca e a pressão arterial. Curiosamente, tocar música relaxante durante a tarefa ajudou a evitar essas mudanças.
Um batimento cardíaco acelerado também pode ser causado por pressão alta, doenças da tireoide, certas condições cardíacas e pela ingestão de grandes quantidades de bebidas cafeinadas ou alcoólicas.
12. Bruxismo
As tensões diárias além de afetarem a saúde da mente e do coração, também afetam a saúde bucal. Pessoas submetidas a um excesso de estresse podem começar ranger ou apertar involuntariamente os dentes.
O apertamento desperto dos dentes está relacionado ao momento emocional de ansiedade e estresse, por alteração dos níveis de alguns neurotransmissores. Toda a tensão do dia acaba indo para as articulações da boca, causando uma mordida bem forte. Além do estresse gerar bruxismo, toda essa ansiedade pode resultar na falta de higiene bucal correta.
O bruxismo é um dos sintomas físicos do estresse e pode comprometer sua saúde bucal
13. Sudorese
A exposição ao estresse também pode causar sudorese excessiva. Um estudo descobriu que a exposição ao estresse resultou em grandes quantidades de suor e odor em 40 adolescentes.
Excesso de sudorese também pode ser causado por ansiedade, exaustão pelo calor, condições da tireóide e uso de certos medicamentos.
14. Tensão Muscular
Existe uma forte conexão entre o estresse e as dores nas costas. O estresse causa a liberação de hormônios que aumentam a percepção da dor, como o cortisol e o adrenocorticotrópico.Com isso ocorre a redução da circulação sanguínea, fazendo com que menos oxigênio e nutrientes cheguem aos tecidos. O resultado é a sensação de fadiga, acompanhada da dor. As estimativas apontam que quase 75% da população adulta possui um nível elevado de estresse, que está diretamente ligado a uma série de sintomas físicos.
O convívio com dores de cabeça tensionais, dores nas costas, insônia, ansiedade, pressão alta e depressão se tornou uma realidade comum para várias pessoas. A tensão muscular, geralmente, começa na cabeça e segue para pescoço e ombros, sendo bastante incômodo.
Como livrar-se desses sintomas físicos do estresse?
O estresse está presente na nossa rotina e dificilmente conseguiremos evitá-lo por completo. No entanto, algumas ações podem ser importantes para ajudar a administrá-lo. Manter uma alimentação saudável e balanceada, praticar o mindfulness, fazer terapia, aprender a respirar melhor e tentar rir mais. Essas são algumas dicas simples que podem contribuir e muito para aliviar os sintomas físicos do estresse.
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