Sabe, penso que pessoas assim como eu taxadas indiscriminadamente de estranhas ou diferentes, só encontrará amizade com seus pares. Digo isso, porque pessoa que nem eu está sempre mesmo que de forma inconsciente, buscando aprovação e aceitação entre os ditos normais. Será que existe normalidade? Talvez sim , entre os que agem, vivem e são enquadrados no ‘meio’ da sociedade hipócrita, sociedade que sempre aponta a diferença, como doença ou loucura.
Quanta merda, essa sociedade imunda prega! Mulheres machistas, homens misóginos, pessoas homofóbicas, preconceituosas, mentirosas e que sempre sentam no próprio "rabo" absurdamente gigantesco, para apontar o dedo, cheio de maldade e sagacidade em direção ao outro ser humano igual a ele. Porra, teu (meu, nosso) semelhante !
Com frases prontas, cheias de ódio, derramando e pingando o veneno do que é obvio, rangendo entre dentes, olhos cerrados, vozes vorazes, debochando, criticando e acreditando que pode duvidar do outro, julgando por si mesmo, diante da face de outro alguém.
Como é cruel quando sentimos no céu da boca o doce amargo da amizade falseada!
É ótimo e doloroso descobrir que aceitação sua (minha, nossa), voz tem importância só entre aqueles que são seus pares, nossos pares, ou melhor meus pares, não só na orientação sexual, porém de alguma forma se assemelham.
O grito que não quer calar: não, não acredito mais, e me chamem do que quiserem, foda-se , a puta aqui, a bissexual aqui, a louca aqui, a histérica aqui, não está mais de plantão, há muito não finge mais ser o que não é.
Até pensei (pensamos) em momentos que as palavras docemente amargas do “amigos” (vide as aspas), eram sinceras, e verdadeiras , disse, verdadeiras (?) É, acreditei, porra, acreditei, acreditamos, diga , que você não acreditou? Quão doloroso, quando se tem certeza de algo, que tentamos não ver, nos poupando de nós mesmos? Ou não poder acreditar que a pessoa que é tão amiga, não é tão amiga.
Me gosto menos por ter acreditado, por ter pensado que seria uma amizade sincera?
E você ? Já passou por isso, creio eu que sim. Você se gostou menos por isso, ou pelo menos teve raiva de você mesmo? Aprendeu?
É estou aqui sentada, escrevendo, revendo tudo isso e confesso a mim mesma: Sou uma besta, tenho raiva de mim. Por que sou tão crédula?
Entretanto o que descobri de bom, os meus pares que são taxados e chamados de estranhos, são ainda amigos, não me julgam , afinal somos semelhantes, nossa alma dói, porque sabem que o “calo” deles também aperta, e mesmo com a ”nossa” estranheza ( Viva, a estranheza!) , somos assim, sentimos assim, vivemos assim, mesmo que as vezes não estejamos assim.
Prefiro ser julgada como estranha e assim taxada, do que viver essa hipocrisia, desse mundo piégas, quero amigos sinceros, do que a doce amargura da amizade mentirosa(?). Se é amigo não mente, não ofende, então a amizade não é mentirosa , nem ofensiva, se assim for, não é, e nunca foi amizade, outra constatação ferina. pensandopsicanalise
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