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segunda-feira, 5 de outubro de 2015

O que é um trauma psicológico? Ttratamento do trauma

Se você já passou por uma experiência traumática ou sofreu um trauma por repetidas vezes, você pode estar lutando com emoções perturbadoras, memórias assustadoras, ou uma sensação de perigo constante, é algo que você simplesmente não consegue se livrar.

O trauma também pode ter feito você sentir-se entorpecido, desconectado, e incapaz de confiar nas outras pessoas.
Quando coisas muito ruins acontecem, pode levar tempo para superar a dor e se sentir seguro novamente.




Mas com tratamento adequado, estratégias de autoajuda e apoio da família e amigos, você pode acelerar a sua recuperação de um trauma emocional e psicológico. 
Independente do fato do evento traumático ter acontecido há anos atrás, ou ontem, você pode se curar e seguir em frente!
O que é um trauma psicológico?
Trauma psicológico é o resultado de eventos extraordinariamente estressantes que quebraram o seu senso de segurança, fazendo você se sentir impotente e vulnerável e que levaram você a sentir-se vivendo em um mundo perigoso.

Experiências traumáticas muitas vezes envolvem uma ameaça à vida ou à segurança pessoal, mas qualquer situação que faz você se sentir oprimido e solitário pode ser traumática, mesmo que não envolva dano físico.
Não são os fatos objetivos que determinam se um evento é traumático, mas sim a sua experiência emocional subjetiva do evento. Quanto mais assustado e indefeso você se sente, maior a probabilidade de você ser traumatizado.
Causas do Trauma Psicológico:
  • Um evento poderá conduzir a um trauma se;
  • Aconteceu inesperadamente;
  • Você estava despreparado para isso;
  • Você se sentiu impotente para impedi-lo;
  • O fato indesejado aconteceu repetidas vezes;
  • Houve intenção cruel de alguém;
  • Aconteceu na sua infância.
O trauma psicológico pode ser causado por fato isolado (morte de alguém), eventos repetitivos (abuso sexual). 
Pode ter sido provocado por um acidente horrível, um desastre natural, ou um ataque físico violento. 
Pode também resultar de stress contínuo, como viver em um bairro de alta criminalidade, trabalhar em uma empresa de pressão desmedida por resultados ou lutando com uma grave doença como o câncer.
Outras causas importantes:
  • Ferimentos graves resultante de incapacitação ou danos na aparência;
  • Cirurgias, especialmente nos primeiros 3 anos de vida;
  • Morte repentina de pessoa querida;
  • Acidente de automóvel;
  • Rompimento de um relacionamento significativo;
  • Experiência humilhante ou de profundo desapontamento;
  • A descoberta de uma doença fatal ou incapacitante;
  • Fatores de risco que aumentam sua vulnerabilidade ao trauma.
Nem todos os eventos potencialmente traumáticos levam a danos emocionais e psicológicos duradouros. Algumas pessoas reagem rapidamente e superam até mesmo a experiência mais trágica e chocante. 
Outras são devastadas por experiências que, na superfície, parecem ser menos perturbadoras.
Alguns fatores de risco tornam as pessoas suscetíveis ao trauma emocional e psicológico. As pessoas estão mais propensas a serem traumatizadas por uma experiência difícil, se elas já estão sob uma carga intensa de estresse ou sofreram recentemente uma série de perdas.
As pessoas ficam mais propensas a serem traumatizadas por uma situação aparentemente “nova e inesperada” se este mesmo tipo de situação ocorreu na tenra infância. 
A pessoa não tem a memória precisa do fato experienciado, por ter ocorrido há muitos anos atrás, mas sofre intensamente. Neste caso o inconsciente possui os registros e a reviver uma situação similar pode reativar e potencializar o trauma.
Traumas na infância aumentam o risco de traumas futuros. A experiência traumática na infância pode ter um efeito grave e de longa duração. Crianças que foram traumatizadas se tornam adultos que enxergam o mundo como um lugar assustador e perigoso. Quando o trauma de infância não é resolvido, este sentimento fundamental de medo e desamparo se transporta para idade adulta, criando uma predisposição para novos traumas.
Traumas de infância resultam de qualquer experiência que perturba o sentido de proteção e segurança de uma criança, incluindo:
  • Ambiente instável e inseguro;
  • Separação abrupta de um dos pais (abandono ou morte);
  • Doença grave;
  • Procedimentos médicos invasivos;
  • Abuso sexual, físico, ou verbal;
  • Violência doméstica;
  • Negligência;
  • Bullying.
Sintomas do trauma psicológico:
Após um evento traumático, as pessoas reagem de maneiras diferentes, passando por uma ampla gama de reações físicas e emocionais.
Não há maneira "certa" ou maneira "errada" de pensar, sentir, ou responder a um trauma, por isso não julgue suas próprias reações ou as de outras pessoas. Suas respostas são reações normais a eventos anormais.
Principais sintomas emocionais:
  • Choque, negação, descrença;
  • Raiva, irritabilidade e oscilação de humor;
  • Culpa, vergonha, autopunição;
  • Sentimentos de tristeza e desesperança;
  • Confusão, dificuldade de concentração;
  • Ansiedade, medo, desespero;
  • Isolamento;
  • Sente-se desconectado ou entorpecido.
Principais sintomas físicos:
  • Insônia ou sono agitado com pesadelos;
  • A pessoa se assusta com facilidade, fica sempre em estado de alerta;
  • Taquicardia;
  • Dores de cabeça e no corpo;
  • Fadiga;
  • Desatenção;
  • Inquietude e agitação;
  • Tensão muscular;
  • Falta ou excesso de apetite.
Estes sintomas e sentimentos duram de alguns dias a alguns meses ou anos, vão gradualmente desaparecendo à medida que o trauma vai sendo processado. Mas mesmo quando você está se sentindo melhor, você pode ser perturbado de vez em quando por dolorosas lembranças ou emoções, especialmente em resposta a certas situações que disparam o “gatilho” tais como um do evento ou uma imagem, som, cheiro, ou qualquer situação que lembra a experiência traumática.
Quando procurar um profissional
Recuperar-se de um evento traumático leva tempo, e toda cura tem seu próprio ritmo. 
Muitas pessoas vão naturalmente reduzindo as emoções provocadas pelo trauma até que ele se reduza bastante. 
Mas se meses se passaram e os seus sintomas não estão deixando você em paz, você pode precisar da ajuda de um profissional que seja perito trauma.
É importante procurar ajuda quando:
  • Estiver enfrentando problemas funcionais em casa e/ou no trabalho;
  • Estiver sofrendo medo severo, ansiedade ou depressão;
  • Incapacidade de manter relacionamentos íntimos satisfatórios;
  • Revivência continua de memórias aterrorizantes, pesadelos, ou “flashbacks”;
  • Evitação contínua de qualquer coisa ou situação que relembra a experiência traumática;
  • Entorpecimento emocional e desconexão dos demais;
  • Uso de bebidas e/ou drogas para sentir-se anestesiado. 
Encontre um profissional sério e especializado!
Trabalhar com seu trauma pode parecer assustador e doloroso também, além disso, existe potencialmente o risco de ser retraumatizado.
Devido ao risco de retraumatização, este trabalho terapêutico deve ser feito com a ajuda de um especialista em trauma. Além da especialidade e da seriedade do profissional a qualidade do relacionamento com seu terapeuta é igualmente importante. Escolha um especialista em trauma com o qual você se sinta confortável. 
Confie também em seus instintos, se você não se sentir seguro, respeitado, ou compreendido, busque outro terapeuta.
Depois de encontrar um terapeuta, agende uma primeira sessão para conhecer seu trabalho e então responda as seguintes perguntas:
  1. Você se sentiu confortável discutindo os seus problemas?
  2. Você sentiu que o terapeuta compreendeu aquilo que você falava?
  3. Suas preocupações foram levadas a sério ou foram minimizadas ou desconsideradas?
  4. Você foi tratado com respeito e consideração?
  5. Você acredita que sua confiança neste terapeuta pode evoluir cada vez mais?
 Se você respondeu sim a todas as questões, siga em frente com seu trabalho psicoterapêutico, existe uma grande probabilidade de sucesso, porém se você também se dedicar e tiver determinação.

Tratamento
Para curar o trauma psicológico e emocional, você deve enfrentar os sentimentos insuportáveis e as memórias que você tem evitado durante muito tempo. 
Caso contrário, eles vão voltar de novo e de novo, espontaneamente e de forma intensa e incontrolável. 
O tratamento do trauma e cura envolve:
  • Processamento de memórias profundas e sentimentos;
  • A descarga da energia de alto stress  de padrão "luta ou fuga";
  • Aprender a controlar emoções fortes;
  • Resignificar pensamentos e sentimentos;
  • Construir ou reconstruir a capacidade de confiar nas outras pessoas.
O trauma rompe o equilíbrio natural do corpo, congelando-o em um estado de agitação e medo. 
Em essência, o seu sistema nervoso fica preso em uma espécie de excitação continua levando à ansiedade. 
Um tratamento bem sucedido deve resolver este desequilíbrio e restabelecer o seu sentido físico de segurança.
Algumas dicas que ajudam na recuperação
  • Recuperar-se de um trauma emocional e psicológico leva um certo tempo.
  • Dê-se tempo para curar as feridas das perdas que você experimentou.
  • Não tente forçar o processo de cicatrização.
  • Seja paciente com o ritmo de sua recuperação.
  • Permita-se sentir o que você está se sentindo sem julgamento ou culpa.
Estratégia de autoajuda: 
1 - NÃO SE ISOLE:
Após um trauma: você pode querer se isolar dos outros, mas o isolamento torna as coisas piores.
Conectando-se com as pessoas que gostam de você ajudará você a se sentir apoiado, então faça um esforço para manter seus relacionamentos e evitar passar muito tempo sozinho.
Peça apoio: É importante falar sobre seus sentimentos e pedir a ajuda de que necessita. Busque um membro de confiança da família, um bom amigo, conselheiro, ou mesmo um religioso.
Participe de atividades sociais: mesmo se você não sentir animado para isso. Procure fazer coisas "normais" com outras pessoas, coisas que nada têm a ver com a experiência traumática.
Se você ausentar das relações que antes eram importantes para você, a solidão poderá lhe fazer pensar ainda mais em suas dificuldades, faça um esforço para se reconectar.
Participe de um grupo de apoio: Se você souber da existência de um grupo terapêutico conduzido por um bom profissional especializado em trauma, é bastante animador conhecer como outras pessoas estão enfrentando os mesmos problemas, isso ajudará a reduzir o sentimento de isolamento e ouvir e conhecer novas estratégias de como cada pessoa vai solucionando seu trauma será inspirador.
Trabalho voluntário: Ajudar os outros faz muito bem, o voluntariado pode ser uma ótima maneira de desafiar o senso de impotência que muitas vezes acompanha trauma.
Lembre-se de seus pontos fortes e ao confortar ou ajudar os outros, você entra em contato com o seu próprio centro de poder.
Estratégia de autoajuda:  
2 – MANTENHA-SE COM OS PÉS NO CHÃO
Manter uma rotina diária: Tenha horários regulares para acordar, dormir, comer, trabalhar, e fazer exercício físico. Certifique-se de também programar a hora para atividades de relaxamento e social, também.
Divida os trabalhos grandes em tarefas menores e gerenciáveis: Ter prazer considerando a realização de alcançar algo, mesmo que seja uma coisa pequena.

Sinta-se produtivo!
Encontrar atividades que fazem você se sentir melhor: Procure manter a mente ocupada (leitura, culinária, brincar com seus filhos ou animais de estimação, cinema, dança, etc.), dessa forma você não estará dedicando toda sua energia e atenção para com foco na experiência traumática.
Permita-se sentir o que você sente quando você sentir isso: Reconhecer os seus sentimentos sobre o trauma aceitá-los. Aceitar seus sentimentos é parte do processo de luto e é necessário para a cura.
A prática da Meditação Mindfulness tem sido excelente para isso.
Estratégia de autoajuda:  
3 – CUIDE DE SUA SAÚDE FÍSICA
Dormir bem: Depois de uma experiência traumática, preocupação ou medo pode perturbar seus padrões de sono. A falta de sono pode fazer os seus sintomas piorarem e tornar mais difícil para manter o seu equilíbrio emocional.
Vá dormir e levante-se por volta do mesmo horário e reserve de 7 a 9 horas de sono a cada noite.
Evite álcool e drogas: A sua utilização pode piorar os seus sintomas e exacerbar os sentimentos de depressão, isolamento, ansiedade.

Exercite-se regularmente: Exercício regular aumenta a serotonina, endorfina e outras substâncias químicas do cérebro, fazendo com que se sinta bem.
Também aumenta a autoestima e ajuda a melhorar o sono. Para o máximo de resultados, o objetivo deve ser de 30 a 60 minutos de atividade diária.
Comer uma dieta bem equilibrada: Comer pequenas refeições bem equilibradas ao longo do dia irá ajudá-lo a manter a energia e minimizar variações de humor.
Você pode ser atraído por alimentos açucarados pela rápida saciedade e “prazer” que eles fornecem, porém carboidratos complexos, ricos em fibras integrais, são uma escolha muito melhor. Alimentos ricos em omega-3, tais como salmão, nozes, soja e linhaça, podem melhorar o seu humor.
Reduzir fontes de estresse: Procure ter tempo para descanso e relaxamento também durante o dia, isso lhe ajudará a trazer sua vida de volta ao equilíbrio.
Tente técnicas de relaxamento, como meditação, ioga, ou exercícios de respiração profunda. Cultive seus hobbies e atividades prazerosas com a família e com os amigos.
Como ajudar alguém que passou por um trauma psicológico?
Pode ser difícil saber como ajudar um ente querido que sofreu uma experiência traumática ou estressante, mas o seu apoio pode ser um fator crucial em sua recuperação.
Seja paciente e compreensivo: A cura de traumas emocionais ou psicológicos leva um certo tempo. Seja paciente com o ritmo da recuperação e lembre-se que a resposta de cada pessoa para o trauma é diferente.
Não julgue a as reações muitas vezes resistentes da pessoa com relação ao seu desejo de ajudá-la, seja tolerante, porém não desista de ajudá-la a encontrar um caminho para solucionar o problema.
Ofereça apoio prático: Ajude gradativamente a pessoa a voltar para sua rotina normal. Ofereça apoio nas atividades profissionais ou domésticas, ou simplesmente esteja disponível para conversar ou apenas ouvir.
Não pressione a pessoa para falar: Não faça perguntas, não questione se a pessoa está melhor, procure sim estar disponível quando eles quiserem falar.
Alguns sobreviventes de traumas acham difícil falar sobre o que aconteceu.
Não force a pessoa a se abrir se ela não quiser, permita apenas que ela saiba que você está ali para ouvir.
Ajude o seu ente querido a se socializar e relaxar: Incentive-o a participar de exercícios físicos, procurar amigos e passatempos, assim como outras atividades que lhes proporcionam prazer.
Leve-o para caminhar ou fazer exercícios, saia para passear, ir ao cinema ou simplesmente tomar um sorvete.
Não considere as reações como algo pessoal: Seu ente querido pode ficar zangado, irritado, agressivo ou emocionalmente distante. Lembre-se que este é um resultado do trauma e pode não ter nada a ver com você ou seu relacionamento.
Frente a essas reações procure manter a calma e diga:  
” Vejo que você precisa de um tempo, vou deixar você tranquilo e nos falamos mais tarde quando você desejar.”



           

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