Ouvi falar que se pode "pegar" hepatite com alicate de cutícula e até em consultório de dentista. É verdade?
- É possível "pegar" hepatite através de instrumentos pérfuro cortantes. Por aí se entende que todo material deve ser esterilizado, tais como agulhas, seringas, alicates de cutícula, agulhas de tatuagem e mesmo restos de tinta podem estar contaminados ( se reutilizados). Alicates e cutícula, tesouras, compartilhamento de escovas de dentes, lâminas de barbear, são fontes de contaminação. O sexo deve ser seguro. Beijo e sexo oral podem transmitir hepatite.
Hepatite é uma inflamação do fígado, que pode ser causada por vírus, bactérias, agentes químicos como resíduos petroquímicos, uso de determinados medicamentos, álcool, drogas, chás ou ainda por doenças autoimunes, metabólicas e genéticas. No Brasil, o que temos de mais comum são as hepatites virais que recebem o nome de acordo com o vírus que as causam. Atualmente temos a hepatite A, B, C, D e E.
Hepatite A - É autolimitada e de caráter benigno, ocorrendo apenas na forma aguda e com raras complicações. O paciente com hepatite A pode se recuperar completamente eliminando o vírus de seu organismo em até 6 meses.
Transmissão: O vírus A é transmitido pela ingestão de alimentos com água contaminada com resíduos fecal humano e também pelo contato interpessoal (via oral-fecal).
Prevenção: Consumo de água de boa procedência, medidas de saneamento básico e frutas, verduras e legumes bem lavados. Evitar aglomerações e compartilhamentos de copos e talheres. Existe vacina para hepatite A, mas não está disponível de forma ampla o sistema público de saúde. Apenas nos Centros de Referências Imunológicos Especiais.
Tratamento: Como a hepatite A não causa muita agressão ao fígado, é curável e o tratamento é apenas de suporte, indicado de acordo com a saúde do paciente.
Hepatite B - Apresenta tanto a forma aguda quanto a crônica. No caso da crônica, o vírus fica no organismo por mais de 6 meses. Se evoluir para crônica, pode causar danos graves ao fígado, como cirrose e câncer. Entre adultos infectados, 5 a 10% evoluem para a forma crônica da doença.
Transmissão: è considerada doença sexualmente transmissível (DST), pois o vírus HB é transmitido preferencialmente por essa via, já que é bem adaptada a essa transmissão, se concentra no sêmem e pode viver por muitos dias no ambiente vaginal. Também pode ser transmitido de mãe para filho, na gestação, parto ou amamentação (via vertical). Nesse tipo de transmissão a chance de cronificação pode chegar a 90% com maior risco de evolução para cirrose e hepato carcinoma em fase precoce da vida.
É possível também a transmissão por: instrumentos pérfuro cortantes ( em instrumentos contaminados em hospitais, médicos e dentistas). Compartilhamento de objetos de higiene pessoal, tais como:
1. escovas de dente
2. alicates de unha
3. tesouras de unha
4. lâminas de barbear
5. tintas e agulhas de tatuagem
Prevenção: Sexo seguro ( com preservativos) e assepsia. Não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes (seringas, p. ex.). É também importante o rastreamento da gestante para hepatite B no pré-natal, visando adotar as medidas pertinentes para prevenir infecção do recém nascido.
Tratamento: Está indicado de acordo com o estado do paciente, mas além dos medicamentos, deve contemplar uma dieta de fácil digestão e sorte do consumo de bebidas alcoólicas por 6 meses, pelo menos.
A hepatite B não tem cura, mas se o diagnóstico for feito precocemente, e a resposta do paciente for boa, é possível controlar a replicação do vírus, evitando que o fígado seja agredido e ocorram complicações. Todos os medicamentos para a hepatite B estão disponíveis na rede pública, mas seu uso depende das diretrizes brasileiras para tratamento das hepatites virais.
Hepatite C - A HC assim como a HB evolui silenciosamente para a forma crônica quando o vírus não é eliminado de pois de 6m, o que acontece em 80% dos casos.
Nesse caso pode causar agressão ao fígado com potencial para o desenvolvimento de cirrose e câncer de fígado.
Transmissão: Também transmitida por via sexual, mas essa forma é mais rara. A mais comum é a parenteral, através do compartilhamento de pérfuros-cortantes ou de higiene pessoal contaminado pelo sangue do portador: agulha, instrumento cirúrgico, escovas de dente, alicate, lâminas de barbear, etc.
A transmissão também é possível de mãe para filho durante a gestação, parto e amamentação.
Prevenção: Correta assepsia e não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes (p.ex. seringas). Nos serviços de saúde deve ser usado material descartável. Além disso é importante o uso de preservativos nas relações sexuais e o ratreamento da gestante para hepatite pré-natal, visando adotar medidas para prevenir a transmissão para o bebê. A hepatite C não tem vacina.
Tratamento: Quando a inflamação hepática evolui para a forma crônica, o tratamento pode ser complexo e, além dos medicamentos dependerá da realização dos exames específicos como biópsia hepática e de biologia molecular. As chances de cura variam de 50% a 80% dos casos.
Hepatite D - O vírus da hepatite D ou Delta é um problema muito comum na Amazônia e só atinge pacientes portadores do vírus do HB pois ele parasita o vírus B. A contaminação pelos 2 vírus também pode acontecer ao mesmo tempo. A hepatite Delta, assim como a B ou C pode evoluir tanto para a forma aguda quanto crônica da doença, havendo risco e danos sérios ao fígado.
Transmissão: As formas de transmissão são as mesmas, das hetatites B e C: por via sexual, sanguínea e de mãe para filho.
Prevenção: Uso de preservativos, assepsia, e não compartilhamento de instrumentos pérfuro cortantes e de objetos de higiene pessoal, testagem da gestante e se for portadora, encaminhar e orientar sobre o tipo de parto e não amamentação até que a criança tome a primeira dose de vacina de hepatite B.
Tratamento: Depende do tratamento da hepatite B, com medicação, alimentação menos gordurosa e não consumo de bebida alcoólica, pelo menos pelo período de 1 ano. O paciente contaminado pelos 2 vírus no mesmo momento tem mais chances de se recuperar completamente.
Hepatite E - É a hepatite viral menos comum no Brasil. É também autolimitada e se apresenta apenas na forma aguda, mas pode apresentar formas clínicas graves, principalmente em gestantes. O paciente com hepatite E pode se recuperar completamente eliminando o vírus de seu organismo em até 6m.
Transmissão: O vírus E é transmitido pela ingestão de alimentos ou água contaminada com resíduo fecal humano (via oral fecal). Pelo contato interpessoal também é possível, mas não é comum.
Prevenção: Consumo de água de boa procedência, medidas de saneamento básico, frutas, verduras e legumes bem lavados e mariscos e frutos do mar bem cozidos pois podem concentrar partículas virais no tubo digestivo. Evitar aglomerações e compartilhamento de copos e talheres.
Tratamento: Geralmente não requer tratamento sendo proibido o consumo de bebidas alcoólicas e recomendado repouso e dieta pobre em gorduras.
A internação somente é indicada em quadros clínicos.
Olá, querida
ResponderExcluirComo vc é seguidora do meu blog, passo pra convidá-la:
Conforme disse, no início do mês, a partir de amanhã, tem festa no blog pelos 4 anos do meu blog, participe! Precisamos nos ajudar a crescer...
No post estará tudo explicadinho, creio eu, mas qualquer dúvida, estarei aqui no e-mail para responder, está bem???
Sua presença me é muito querida...
Na fraternidade, poderemos caminhar muito melhor...
Sem os leitores, comentaristas e visualizadores, nada sou...
Bjm de paz e bem