Fique esperto: essa infecção causada por uma
colônia de fungos nem sempre se manifesta com vermelhidão, descamação e
coceira. O final do ano anuncia o verão, que traz na garupa o aumento da
incidência de uma doença bem traiçoeira: a micose.
O calor, a umidade e
o suor transformam o corpo no ambiente ideal para a instalação de
micro-organismos que desencadeiam reações na pele, nas unhas e nas
mucosas. E elas nem sempre se traduzem em sintomas clássicos, como
coceira e vermelhidão.
Recentemente, 65 especialistas no problema
concluíram um levantamento de fôlego, a pedido do laboratório Galderma,
envolvendo 8 mil brasileiros que procuraram o consultório do
dermatologista por um motivo qualquer. E — surpresa — 30% de toda essa
gente tinha onicomicose, a micose de unha — que não coça nem nada. "A
unha só se deforma, fica grossa e amarelada até começar a descolar",
descreve Andréia Leverone, dermatologista da Santa Casa da Misericórdia
do Rio de Janeiro
Mais um detalhe que causou espanto: entre
nós, a prevalência da chateação ficou com as mulheres, diferentemente do
cenário mundial. "A pressão dos calçados apertados e a falta de
higienização dos utensílios nos salões de beleza são os culpados", acusa
Luciana Conrado, médica da Sociedade Brasileira de Cirurgia
Dermatológica.
É mas não parece
No couro cabeludo, o problema é mais comum em
crianças. Os fungos se alimentam da queratina dos cabelos e formam
pequenas placas arredondadas e carecas, já que quebram os fios,
impedindo-os de crescer.
Quem disse que as mucosas escapam? A Candida gosta de marcar presença nos órgãosgenitais — com vermelhidão, coceira, ardência, verrugas e mau odor — e na boca — ali, com placas brancas e irritação.
A pitiríase versicolor, também conhecida como pano branco, geralmente aparece nas costas, no pescoço ou no rosto. Apesar do nome popular, pode surgir como manchas marrons, ou seja, nem sempre brancas. E não coça.
Tanto a unha do pé quanto a da mão estão
sujeitas ao ataque. Elas engrossam e podem ficar amarronzadas. Com o
tempo, se tornam ocas por dentro, começam a descolar, deformam e até
mesmo encravam.
Mas os fungos não buscam
refúgio apenas na ponta dos dedos. Qualquer parte do corpo pode
abrigá-los, principalmente as dobras — como axilas, virilha e atrás do
joelho —, já que são lugares mal ventilados, úmidos e quentes. Como
estão por toda parte, basta surgir uma porta de entrada, como um corte,
para se instalarem.
Os mais comuns são os dermatófitos, que vivem à base
de queratina, proteína presente na superfície do corpo. Mas há outros
tipos, como a Candida albicans e a pitiríase versicolor,
que preferem restos de pele e resíduos como a oleosidade. Eles aparecem
na boca, na forma de sapinho, e nas costas, como pequenas manchas
brancas.
Em geral, os estragos se limitam à primeira camada do nosso
órgão protetor, a epiderme, e por isso são classificados como
superficiais. No entanto, determinadas pessoas, como quem está com a
imunidade baixa e os diabéticos, precisam ter um cuidado redobrado. No
caso, qualquer lesão, até a de uma micose, abre alas para infecções mais
graves. Daí que, mesmo que o incômodo não pareça micose, o ideal é
procurar de cara um dermatologista.
Como se livrar dos intrusos
"As substâncias antifúngicas podem se
encontrar em cremes, sprays, esmaltes e até em remédios orais", conta
Márcia Grieco, dermatologista do Complexo Hospitalar Edmundo
Vasconcelos, em São Paulo.
A necessidade de medicação dura de seis a oito semanas — no caso da unha, chega a levar um ano! Para evitar um tratamento tão longo, a saída é se prevenir com atitudes como secar os dedos com papel higiênico, que absorve melhor a água do que a toalha.
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A necessidade de medicação dura de seis a oito semanas — no caso da unha, chega a levar um ano! Para evitar um tratamento tão longo, a saída é se prevenir com atitudes como secar os dedos com papel higiênico, que absorve melhor a água do que a toalha.
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