O fibroadenoma é um nódulo pequeno, com até 3 cm, de origem e evolução
benigna, de consistência dura e elástica, móvel à palpação, de
superfície lobulada, bem delimitado, indolor, geralmente único e que
aparece depois da adolescência.
Trata-se de uma lesão sem potencial de malignização. Certos tipos de câncer, chamados tumores circunscritos, podem simular um fibroadenoma, sendo, portanto, prudente que os fibroadenomas sejam submetidos à confirmação histopatológica (estudo da célula).
A causa mais frequente de dor mamária é a alteração funcional benigna da mama, antes conhecida como displasia mamária. A dor é cíclica e depende da ação dos hormônios ovarianos sobre a mama, tornando-a túrgida e dolorida, principalmente no período pré-menstrual e que pode ainda ser agravada pela ingestão exagerada de cafeína (café, chá mate, chocolate). A mulher com duas ou mais gestações e que amamentou por mais de seis meses, em geral, não refere esse tipo de dor mamária. Os traumas, infecções, neurites e inflamações nos arcos costais são outras causas de dor na região das mamas. Como regra geral lembre-se: o câncer de mama não provoca dor na sua fase inicial.
Uma alteração funcional bastante comum são os cistos mamários. Na grande maioria dos casos, o cisto mamário simples é uma alteração benigna e consiste no acúmulo de líquido, ocasionando maior sensibilidade ou provocando dor localizada, sem qualquer outra repercussão. É uma pequena bolha de água que pode ser esvaziada com uma agulha quando atrapalha a realização da mamografia ou provoca dor constante. Haverá risco de doença, quando está associado a um componente sólido denominado "vegetação” e que se situa dentro dessa bolha de líquido, fato que não costuma ocorrer com frequência.
A maioria dos cistos é pequena (microcistos), surgem próximos do período menstrual e tornam as mamas doloridas. Em geral não são palpáveis e podem ser detectados pela ultrassonografia. Quase sempre são múltiplos, não representam problema clínico e não precisam receber qualquer atenção específica. Os cistos maiores do que 2 cm são facilmente palpáveis, crescem rapidamente e ocasionam desconforto e dor. Possuem consistência amolecida e podem atingir grandes volumes, se não forem aspirados pelo médico usando uma agulha fina.
A ultrassonografia é o método diagnóstico ideal da doença cística e dos nódulos sólidos benignos. O cisto aparece como nódulo de contornos bem definidos, com líquido em seu interior. Ao se analisar a mamografia, os cistos podem ser confundidos com nódulos sólidos e alguns médicos podem indicar a sua aspiração, guiada pela ultrassonografia, antes de se realizar a mamografia, evitando a confusão com o nódulo sólido.
A mamografia é o exame ideal para doença mamária inicial, principalmente quando a única alteração observada são as microcalcificações.
A punção aspirativa com agulha fina representa o tratamento dos cistos simples. Durante a punção pode obter-se líquido transparente, amarelado, esverdeado ou sanguinolento. A presença de material sanguinolento, na persistência de nodulação após a punção, na presença de vegetação intracística ou em casos de reaparecimento do cisto no local já puncionado, esse tecido deve ser removido cirurgicamente para análise.
A identificação clínica e confirmação pela ultrassonografia de nódulos com tamanho inferior a 2 cm, forma arredondada ou oval, contorno liso ou bocelado, sem distorção do parênquima, em pacientes de baixo risco, permite acompanhamento mensal, confirmando a sua estabilidade a critério do mastologista. Raramente esses nódulos representam doença maligna. A perícia do ultrassonografista, detalhando e qualificando eventuais alterações desse padrão, pode antecipar as possibilidades de diagnóstico e exigir estudo anatomopatológico mais precoce.
Características do Nódulo
Características do Nódulo Benigno
Clínica
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Imagem
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Idade inferior a
30 anos
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Bordas bem
definidas; circunscrito
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Antecedentes
pessoais e familiares ausentes
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Regular
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Fibroelástico
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Superfície lisa,
bocelada ou macrolobular
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Móvel
|
Ultrassonografia
sem sombra acústica
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Inferior a
2 cm
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Múltiplos e
bilaterais
|
Crescimento
lento
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Calcificações
grosseiras em "pipoca”, em leite de cálcio, cutâneas, ovais, homogenias e difusas.
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Os nódulos com áreas internas heterogêneas, bordas
irregulares, distorção da arquitetura ou na presença de retração da pele
ou mamilo, exigem estudo anatomopatológico sem demora.
Condições Clínicas e de Imagem consideradas de Alto Risco
Clínica
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Imagem
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Idade superior a
35 anos
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Bordas
irregulares
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Antecedentes de
câncer mamário
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Microlobulações
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Antecedente de
lesão mamária hiperplásica
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Superfície mal
definida
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Linfoadenopatia
axilar suspeita
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Ultrassonografia
com sombra acústica
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Nódulo
endurecido
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Nódulo intracístico
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Tumor fixo a
planos profundos
|
Espiculações
|
Presença de
retração da pele
|
Microcalcificações
agrupadas, segmentar, linear, "vermiforme” ou focal, pleomórficas ou heterogêneas.
|
A investigação dos nódulos identificados pelo exame clínico, mamografia
ou ultrassonografia, pode ser realizada inicialmente pela punção
aspirativa com agulha fina (PAAF), seguindo-se a biópsia com retirada de
pequeno fragmento (Core Biopsy), exérese de microcalcificações e áreas
suspeitas por aspiração (mamotomia) ou retirada cirúrgica do tecido
mamário anormal após agulhamento do setor e confirmação da remoção
completa da área suspeita com uma radiografia da peça removida. Em
qualquer das possibilidades, o exame é considerado ótimo quando assegura
retirada de tecido representativo e adequado para diagnóstico
definitivo pelo estudo anatomopatológico.
A retirada cirúrgica de
nódulos suspeitos exige exame anatomopatológico intraoperatório
imediato e exame de congelação. Nessa situação é indispensável a opinião
de médico patologista para o exame detalhado do tecido e decisão da
tática cirúrgica.
O risco de resultados falso positivo ou falso
negativo, decorrente da maior quantidade de células, exige a máxima
atenção do mastologista e do patologista, atentos às mudanças da mama em
relação ao ciclo menstrual. Sempre que possível, a cirurgia deve ser
realizada após o final do ciclo menstrual, reduzindo os efeitos de
hormônios nas mamas.
A mamotomia ou Core Biopsy guiadas por
ultrassonografia ou mamografia obtém fragmentos de tecido e proporciona
um resultado anatomopatológico mais preciso. Quando os exames desses
fragmentos forem negativos para carcinoma, não é necessária a retirada
completa do tumor. Nessas condições, a cirurgia pode ser realizada sob
anestesia local e sedação.
Apesar do custo elevado e risco de
hematoma, a mamotomia constitui o método de escolha para esclarecer o
diagnóstico definitivo diante de microcalcificações agrupadas, lesões
não palpáveis ou nódulos profundos, caracterizados pela mamografia ou
ultrassonografia.
No caso do resultado citológico ou
anatomopatológico da biópsia indicar material escasso, inconclusivo,
presença de atipias, hiperplasia ductal, carcinoma in situ ou, havendo
discordância entre o exame clínico, ultrassonografia, mamografia ou
ressonância magnética, considera-se obrigatória a retirada da área
suspeita, com exame anatomopatológico intraoperatório de congelação,
estabelecendo-se então o diagnóstico e conduta definitiva.
Havendo
diagnóstico de câncer, a mamografia ou a ressonância magnética permitem
detalhar as características do tumor, presença de múltiplos focos,
extensão regional da doença ou bilateralidade, contribuindo para a
programação do tratamento pelo mastologista, oncologista, radioterapeuta
e apoio indispensável da equipe de psicologia. oncoguia
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