Sonolência ou perda de sono. Cansaço ou agitação. Intestino preso ou solto. Se o paciente chega ao consultório com alguma dessas queixas, o médico certamente desconfiará que o problema esteja na tireoide. Pudera, nessa glândula são produzidos dois hormônios essenciais – o T3 e o T4 – para que todas as células do organismo funcionem de forma equilibrada.
Tireoide: hormônios essenciais para a vida “Sem os hormônios
produzidos pela tireoide não é possível viver”, enfatiza o dr. Ricardo
Botticini Peres, endocrinologista do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE).
E o médico vai além: “Se os hormônios são produzidos em excesso ou escassez, o
organismo todo fica desequilibrado, o que resulta em vários problemas para a
saúde”.
O T3 e o T4 são essenciais porque interferem em vários
controles do organismo, como os batimentos cardíacos, a temperatura, o
metabolismo (conjunto de mecanismos químicos necessários ao organismo) que pode
ficar mais rápido ou lento, e os movimentos intestinais. Por isso, quando estão
em falta ou em excesso, o corpo todo sente.
Equilíbrio é o segredo
Um dos problemas mais comuns na tireoide, que atinge 20% das
mulheres no mundo, é o hipotireoidismo, também chamado de tireoide preguiçosa.
Nesse caso, o T3 e o T4 são produzidos em menor quantidade do que o corpo
necessita, ou então nem são produzidos. “Isso faz com que o organismo trabalhe
mais lentamente”, explica o dr. Peres.
Entre os principais sintomas estão: cansaço, desânimo, alteração do padrão de sono, pele seca, aumento de peso, inchaço, aumento da pressão arterial, retenção de líquidos, alterações na menstruação, sonolência e intestino preso.
Entre os principais sintomas estão: cansaço, desânimo, alteração do padrão de sono, pele seca, aumento de peso, inchaço, aumento da pressão arterial, retenção de líquidos, alterações na menstruação, sonolência e intestino preso.
Quando a tireoide está superativa, chamada de
hipertireoidismo, ocorre excesso na produção de hormônios, provocando
aceleração das funções do organismo. Os batimentos cardíacos ficam mais
rápidos, resultando em taquicardia. A pessoa fica agitada e nervosa, perde o
sono e tem diarreia.
Embora as mulheres tenham mais problemas com a tireoide – e mais
intensamente durante a menopausa – os homens não estão livres do desequilíbrio
hormonal: a proporção é de seis mulheres para um homem. Crianças e adolescentes
também podem sofrer de hipo ou hipertireoidismo. As causas, segundo o dr.
Peres, são genéticas.
Além do excesso e da falta de hormônios, há também os
nódulos que, em até 95% dos casos, são benignos. Sua formação está relacionada
à anatomia da glândula, que é rugosa e coberta por folículos onde são estocados
os hormônios. Os folículos podem crescer de forma desordenada e tornarem-se
nódulos ou cistos, que comprometem ou não o funcionamento da tireoide. “É muito
comum haver o nódulo e a glândula funcionar normalmente. Apenas 5% dos casos
resultam em problemas mais sérios, como o câncer”, explica o dr. Peres.
A melhor forma de saber se a glândula está funcionando bem é
realizar exame de sangue para a dosagem de TSH (do inglês Thyroid Stimulating
Hormone), o hormônio da hipófise que controla várias glândulas como os ovários,
as suprarrenais e a tireoide.
O TSH estimula a glândula a produzir o T3 e o T4, que, em quantidade suficiente, inibem a produção do TSH pela hipófise. Portanto, se a taxa de TSH estiver baixa, os hormônios da tireoide estão em excesso e se o nível estiver acima do esperado, haverá pouco hormônio.
O TSH estimula a glândula a produzir o T3 e o T4, que, em quantidade suficiente, inibem a produção do TSH pela hipófise. Portanto, se a taxa de TSH estiver baixa, os hormônios da tireoide estão em excesso e se o nível estiver acima do esperado, haverá pouco hormônio.
Os exames de palpação da glândula, realizados nas consultas
de rotina, assim como a ultrassonografia, também podem denunciar nódulos.
“Normalmente o médico pede um checkup por outra razão e descobre um nódulo. É
pouco comum fazer os exames sem ter nada na tireoide”, alerta o médico.
Como não é possível prevenir os problemas na glândula, a
receita do endocrinologista é a de que se mantenha uma dieta equilibrada e a
prática de atividades físicas regularmente, atitudes que garantem uma vida mais
saudável.
Relacionar problemas tiroidianos com ganho de peso é mito,
segundo o dr. Peres. “Com os hormônios da tireoide desequilibrados é possível
ganhar um pouco de peso e reter líquido, mas não a ponto de colocar a culpa dos
quilos a mais nela”, salienta o médico. einstein
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