Publicado na Revista Afro B no.4, Museu Afro Brasil, Junho de 2011. p. 55 (DIWAN, Pietra Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. Ed. Contexto São Paulo, 2007. 150 páginas).
Raça Pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo.
No mundo moderno temos o dever de ser belos, magros, ter
cabelos lisos e parecer 'naturais' diante do espelho, de nós mesmos, diante dos
outros. E, para conquistar mais saúde, juventude e beleza, os caminhos científicos
e industriais não cessam de se multiplicar.
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O Brasil atualmente é o segundo país no mundo em número de cirurgias plásticas, só perde para os Estados Unidos. Homens e mulheres em busca da perfeição corporal são cortados, costurados, espetados por agulhas, queimados por raios laser, besuntados e massageados com cremes. No entanto, essa busca por se construir o 'super-homem' e perseguir uma suposta perfeição já levou diversas nações a atitudes extremadas.
Assim, evoluir a cada geração, se superar, ser saudável, ser belo,
ser forte. A democratização da beleza, para alguns; ou a vulgarização dos
corpos, para outros; todas essas afirmativas estão contidas na concepção de
eugenia. Com status de disciplina científica, a eugenia pretendeu implantar um
método de seleção humana baseado em premissas biológicas. E isso através da
ciência que sempre se dizia neutra e analítica.
Em 'Raça pura - uma história da
eugenia no Brasil e no mundo', Pietra Diwan - experiente historiadora e
pesquisadora do tema - abre a 'caixa preta' da eugenia e desata os nós da rede
de relações que compõe a empreitada, seus adeptos, incentivadores e
financiadores. Como um país tão miscigenado pôde investir na eugenia, uma idéia
que paradoxalmente vai de encontro com a formação racial do Brasil? Quão
eugenista é a nossa história? Com narrativa leve e envolvente, a autora mostra
como o eugenismo constitui (e é constituído) de uma história que envolveu
disputas entre médicos e políticos, entre profissionais de saúde, e entre estes
e a Igreja, o Estado e a indústria.
O que estão dizendo - Escrever uma resenha
Exército de super-homens modificados geneticamente? Seres
mutantes a serviço do mal? Manipulação e confecção genética de bebês por
seleção embrionária? Uma maneira perigosa de brincar de ser deus? Neste livro,
Pietra Diwan explicita criticamente alguns motivos pelos quais a eugenia se
tornou um dos maiores tabus do séc. XX.
O livro pretende passar em revista a
história da eugenia, mas faz mais que isso: a autora desamarra os laços de
poder e as alianças escusas entre a ciência e os donos do poder na geração das
“políticas do preconceito”, e aponta para as ameaças da ilusão a-histórica da
eugenia, enquanto um desejo de depuração higienizadora para o “melhoramento da
raça humana”. Os ideais de superioridade e pureza remetem à antiguidade e
poucas vezes se viram afastados da “microfísica do poder”. Diwan mostra que,
para além da política e da religião, a eugenia, vista como um “símbolo máximo da
evolução humana” (ideia desenvolvida no II Congresso Internacional de Eugenia -
1921) tentou se impor enquanto uma disciplina científica e imparcial, baseada
no método de seleção humana, de onde tirou suas premissas biológicas.
Contudo,
essa mesma ciência que se pretendeu “neutra” foi na verdade subvencionada e
conveio ao desejo político de controle social. Ora, saberes ditos científicos
não deveriam existir a serviço de uma classe, ser monopolizado, estimular
aspirações políticas, econômicas ou ser utilizado para a dominação de um ser
humano sobre outro.
E, no entanto, os modelos de eugenia propostos na história
sempre flertaram com todo esse “parcialismo” científico. O exemplo brasileiro
se encontra contemplado no eugenista e “médico do espetáculo” Renato Kehl. A
autora traz ao nosso tempo também as preocupações que estão no pano de fundo
dos interesses eugênicos. A modificação do corpo através das cirurgias
plásticas visando o ideal inatingível da beleza e do corpo “perfeito” seria um
dos galhos dessa “ciência do aprimoramento” e da higiene.
Nada mais atual que a
deturpação neurótica do “belo” e a busca de perfeição que relega ao ostracismo
ou mesmo ao extermínio o corpo “imperfeito”, que é desumanizado e tratado como
uma doença. E as frases de senso comum, afirma a autora: “sou pobre, mas sou
limpinho!”; “Esse é um negro de alma branca!”, “a homossexualidade é um
problema genético”, etc. também seriam assertivas tupiniquins de cunho
eugenista.
Comentário
Pior que tudo isso em minha opinião, é as mulheres que vende
seu próprio corpo, antigamente elas erram quase obrigadas para sua sobrevivencia, mas hoje em dia vender o corpo para os porcos mostros, é mulheres que não evoluíram como humana.
E ainda existe pior vêm esses homens inseguro com sua sexualidade e quer ser pedófolo para dominar as criança, porque não tem domínio próprio. É um rato covarde.
Esse tipo de pessoa não deveria de existir elas são tão
malditas que consegue tirar a essência pura da vida, de algumas pessoas.
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