Você já parou para pensar o quanto tem de empatia pelas outras pessoas? Vamos começar a entender o que é empatia com o Dicionário Houaiss: "Empatia é a capacidade de se identificar com outra pessoa, de sentir o que ela sente, de querer o que ela quer, de apreender do modo como ela apreende etc".
Em outras palavras, empatia é a capacidade de se imaginar no lugar de alguém, compreender seus sentimentos, vontades, ideias e ações.
Todos os seres humanos (ou quase todos) são "programados" para se preocupar e se colocar no lugar do outro, ou seja, para ter empatia. Nascemos com um "pacote de impulsos" que faz com que nos aproximemos de outras pessoas e, por conseguinte, sintamos afeto, interesse, inclinação, apego, envolvimento até, posteriormente, nos preocuparmos com elas.
Quando vivenciamos uma situação de infortúnio, o cérebro desenvolve o sentimento de compaixão e ativa o sistema límbico. Esta região, localizada profundamente no cérebro, atua como um "centro operacional das emoções", que organiza e distribui tarefas para diversas áreas do corpo, as quais são transformadas em ações, ou seja, expressa nossas emoções e nos faz sentir empatia por alguém.
O choro, por exemplo, é um dos precursores precoces da empatia: um bebê chora mais intensamente quando outro bebê começa a chorar. O psicólogo Martin Hoffman, da Universidade de Nova York, observou que a partir desse primeiro sinal de empatia humana (o choro do bebê), as meninas são mais empáticas que os meninos e continuam a sê-los pela vida.
Do ponto de vista biológico, a ciência começa a entender um pouco mais sobre como a empatia acontece em nossa mente. Pesquisadores do Centro de Autismo da Universidade de Columbia, Estados Unidos, realizaram um estudo para verificar se o hormônio oxitocina poderia influenciar o grau de empatia nas pessoas. Eles realizaram um estudo com 27 homens adultos saudáveis, que inalaram a oxitocina ou um placebo (substância sem nenhum efeito).
A oxitocina é um hormônio produzido pelo cérebro que está envolvido na formação de vínculos sociais, no comportamento sexual e na relação entre pais e filhos. Sabe-se que a concentração de oxitocina começa a aumentar durante a fase de intensa ligação romântica, a paixão, e do contato íntimo do casal. Os níveis elevados que circulam durante o orgasmo deram à oxitocina o apelido de hormônio do afeto, da confiança ou do amor.
Os participantes, após a inalação, participavam de uma tarefa que media o grau de empatia, isto é, eles assistiam a vídeos de pessoas discutindo eventos emocionais de suas vidas e depois eles tinham que descrever como percebiam os sentimentos das pessoas nos vídeos.
Para surpresa dos pesquisadores, a oxitocina aumentou a empatia somente daquelas pessoas que tinham menos habilidades de se interar socialmente, ou seja, beneficiou os mais tímidos e não aumentou a empatia nos mais extrovertidos.
Estes primeiros resultados indicam que a oxitocina deve ser avaliada mais detalhadamente e pode ter um papel importante, talvez terapêutico, em doenças com déficits na função social, como o autismo.
Apesar da oxitocina comprovadamente aumentar a empatia, ainda temos que entender melhor como tal habilidade emocional se expressa de forma diferenciada em nos humanos. De qualquer forma, vale a pena refletir o quanto, realmente, colocamos em prática a empatia com nossos familiares, amigos, colegas e até pessoas desconhecidas.
Pesquisas também comprovam a interferência da oxitocina no relacionamento amoroso.
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