google.com, pub-3508892868701331, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Rio de Saúde: Perturbações das cordas vocais...

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Perturbações das cordas vocais...

O que é?
As cordas vocais são duas faixas de tecido elástico. Estão localizadas lado a lado na laringe, um pouco acima da traqueia. Tal como outros tecidos no organismo, as cordas vocais podem sofrer distensão e lesão. As cordas vocais também estão sujeitas a infecções, tumores e traumatismos.

Quando se permanece em silêncio, as cordas mantêm-se abertas. Criam uma via aérea através da qual respira. Quando se fala, o ar que se exala dos pulmões é forçado através das cordas vocais fechadas. Isto faz com que vibrem. Vibram mais rápido para sons de maior intensidade e mais lento para sons de intensidade inferior.

Em regra, não se nota a distensão das cordas vocais até que o problema se agrave. As pessoas que usam profissionalmente a voz para viver ou que gritam com frequência encontram-se em risco particular. As pessoas que trabalham em ambientes barulhentos que precisam de gritar para comunicar também se encontram em risco.

As perturbações comuns das cordas vocais incluem:
  • Nódulos das cordas vocais. Estes são pequenos inchaços duros provocados pelo abuso vocal. Ocorrem em pares, com um nódulo em cada corda vocal no local de maior irritação. Algumas vezes denominam-se de nódulos de cantor, gritador ou de professor.
  • Pólipos das cordas vocais. Os pólipos são pequenas projecções moles que, em regra, aparecem isoladamente numa corda vocal. São provocados mais vezes por abuso vocal ou exposição prolongada a irritantes, tais como fumos químicos ou tabagismo.
  • Úlceras de contacto. Esta perturbação é menos frequente. As úlceras de contacto são erosões e feridas nas cordas vocais. Tendem a ocorrer em pessoas que usam, de forma consistente, grande força ao começar a falar em vez de aumentarem, gradualmente a força e a sonoridade. Por exemplo, as úlceras de contacto podem afectar as pessoas que trabalham como oradores públicos.
As úlceras também podem ser provocadas por doença de refluxo gastroesofágico (DRGE). O refluxo acontece quando os conteúdos acidos do estômago fluem de volta para o esófago e irritam a laringe.
  • Laringite A inflamação da laringe pode provocar alterações nas cordas vocais. As cordas vocais inflamadas vibram de forma diferente do habitual, mudando o timbre típico da voz. Pode perder-se a voz se a inflamação for tão grave que não se consegue emitir um som.
A laringite pode ser provocada por:
    • Abuso vocal
    • Alergias
    • Infecção viral
    • Refluxo dos ácidos do estômago
    • Exposição a substâncias irritantes, tais como fumo do cigarro ou demasiado álcool
  • Tumores da corda vocal. Os tumores podem ser cancerosos ou não cancerosos (benignos). Os tumores não cancerosos podem ser provocados por um vírus.ou acumulações de tecidos pouco vulgares que provocam problemas de voz. Há mais probabilidades de ocorrerem tumores cancerosos (malignos) em fumadores e pessoas que bebem demasiado álcool. Os tumores cancerosos são potencialmente fatais se não forem detectados e tratados de início.
  • Paralisia da corda vocal. A paralisia da corda vocal ocorre quando uma ou ambas as cordas vocais não se abre(m) e fecha(m) adequadamente, alterando a qualidade da voz, podendo a paralisia ser total ou parcial. Se ambas as cordas vocais ficarem paralisadas e permanecerem na posição fechada, pode haver dificuldades na respiração.
A paralisia das cordas vocais pode apresentar várias causas, incluindo:
    • Traumatismo cirúrgico, por vezes devido a cirurgia da tiróide, mas também devido a qualquer cirurgia do pescoço ou do tórax
    • Traumatismo craniano ou cervical
    • No recém-nascido por, traumatismo durante o parto
    • Uma doença neurológica (tal como esclerose múltipla)
    • Acidente Vascular Cerebral (AVC)
    • Um tumor
    • Uma infecção viral
    • Algumas doenças motoras tais como miastenia grave
    • Efeito secundário de medicamentos
    • Causas desconhecidas
A paralisia também pode resultar de enfraquecimento dos músculos das cordas vocais. Os músculos das cordas vocais podem encontrar-se, temporariamente, enfraquecidos como um efeito secundário de sprays de medicamentos corticosteróides inalados. Também podem enfraquecer após tratamento prolongado com um ventilador num hospital.

Manifestações clínicas
Os sintomas podem variar, dependendo da perturbação das cordas vocais.
  • Nódulos das cordas vocais
    • Rouquidão
    • Voz com baixa intensidade
    • Voz áspera
    • Os cantores podem notar uma perda do alcance vocal.
  • Pólipos das cordas vocais
    • Rouquidão
    • Voz com baixa intensidade
    • Voz áspera
  • Úlceras por contacto
    • Alguma dor de garganta ao falar
    • Possível rouquidão
    • Uma voz que se cansa facilmente
  • Laringite
    • Uma alteração no som da voz (rouquidão, voz baixa e áspera) ou a perda completa da voz
    • Se devido a uma infecção:
      • Febre
      • Dor na garganta
      • Mal-estar
  • Tumores das cordas vocais
    • Rouquidão  arrastada e com agravamento progressivo
    • Com tumores grandes, possivelmente problemas a respirar ou a engolir
  • Paralisia das cordas vocais
    • Alterações na voz:
      • Rouca
      • Aspirada
      • Alteração do tom
      • Fraca, com incapacidade de falar mais alto
    • Mal-estar devido ao esforço em tentar movimentar cordas paralisadas
    • Possíveis dificuldades em respirar
Diagnóstico
O seu médico irá colocar-lhe questões sobre a sua história médica. O médico irá ouvir a qualidade da sua voz e depois inspeccionar as cordas vocais. Em regra, isto é realizado ao segurar um pequeno espelho na parte detrás da boca. Para obter uma melhor visualização, o médico pode usar um pequeno tubo iluminado flexível ligado a uma câmara. O tubo é inserido através do nariz, possibilitando a observação  até à laringe. Poderá ser utilizado um tudo rígido (endoscópio) que é introduzido até à porção posterior da boca e que, ligado a uma câmara permite a visualização pormenorizada da laringe.

Terá de fazer certos sons, para que o médico possa visualizar as cordas vocais em acção. O exame pode ser videogravado, para que o médico o possa analisar mais tarde. Isto é tudo o que é necessário para diagnosticar a maioria dos casos de laringite, nódulos e polipos e tumores das cordas vocais e restante laringe.

Em alguns casos, o médico pode recomendar uma análise acústica. Isto consiste numa série de testes que medem a qualidade da voz, incluindo a estabilidade do tom, alcance e intensidade. Muitas vezes, usam-se estes testes quando as cordas vocais se encontram paralisadas ou se houver necessidade de remover um quisto, nódulo ou polipo por via cirúrgica. Usando os resultados do teste, os médicos e terapeutas da fala podem considerar a eficácia de determinado tratamento.

O cancro da laringe pode ter um aspecto semelhante a um tumor não canceroso ou a uma úlcera por contacto. Se se encontrar uma anomalia nas cordas vocais, o médico pode efectuar uma biopsia. Uma biopsia envolve a remoção de uma pequena amostra do tecido da corda vocal afectada, geralmento sob anestesia geral, para que possa ser examinada num laboratório.
Pode haver necessidade de exames adicionais, tais como TAC em alguns casos de paralisia ou cancro das cordas vocais.

Evolução Clínica
  • Nódulos das cordas vocais – Se não fizer nada para mudar o abuso das cordas vocais, os nódulos podem durar a vida inteira. Até podem voltar a aparecer após serem removidos cirurgicamente. Com treino de voz adequado por um terapeuta da fala certificado, os nódulos podem desaparecer ao fim de seis a 12 semanas.
  • Pólipos das cordas vocais – Com repouso, alguns pólipos das cordas vocais irão desaparecer, por si só, ao fim de algumas semanas. No entanto, a maioria tem de ser removida por via cirúrgica.
  • Úlceras de contacto – As úlceras de contacto podem levar muito tempo a cicatrizar. Alguns médicos recomendam repousar a voz durante um mínimo de seis semanas. Se as úlceras forem causadas por refluxo ácido, deve tratar-se o problema do refluxo para manter as cordas vocais saudáveis.
  • Laringite – Em regra, a laringite provocada por uma infecção viral desaparece ao fim de uma a três semanas. Em regra, a laringite devido a abuso vocal desaparece, por si só, ao fim de alguns dias com repouso da voz.
  • Tumores das cordas vocais – Em regra, os tumores não cancerosos não desaparecem. Devem ser removidos cirurgicamente, no entanto alguns poderão ser tratados usando radioterapia. Devem tratar-se, de imediato, os tumores cancerosos para evitar que o cancro se dissemine. O cancro da laringe não tratado conduz à morte.
  • Paralisia das cordas vocais – Em alguns casos, a voz volta por si só ao fim de um ano. Se tal não acontecer, é provável que a situação seja permanente. Pode efectuar-se cirurgia para tentar melhorar a qualidade da voz.
Prevenção
Para ajudar a evitar as perturbações provocadas pelo abuso vocal (incluindo laringite, nódulos, pólipos das cordas vocais e úlceras por contacto), necessita de aprender a falar sem esforçar as cordas vocais. Um terapeuta da voz pode ensiná-lo a fazer isto.
Para evitar as perturbações relacionadas com o refluxo de ácido (incluindo úlceras por contacto e laringite), consulte o médico para tratar o refluxo. As medicações podem ajudar a controlar o ácido do estômago. As alterações no estilo de vida também ajudam algumas pessoas. As alterações incluem:
  • Ingerir refeições mais pequenas para evitar que o estômago fique cheio
  • Não comer ou petiscar três a quatro horas antes de dormir para garantir que todos os alimentos são bem digeridos antes de se deitar
  • Levantar a cabeceira da cama alguns centímetros para manter a cabeça e a parte superior do tórax mais elevada do que o estômago
  • Evitar álcool, cafeína, alimentos gordos, chocolate e hortelã-menta, que podem desencadear azia
Para ajudar a evitar perturbações das cordas vocais provocadas por irritação (incluindo laringite e pólipos das cordas vocais), evite fumar, beber ou inalar irritantes químicos. Para ajudar a evitar o cancro das cordas vocais, deixe de fumar e limite o consumo de bebidas alcoólicas.

Se usar um medicamento corticosteróide inalado para tratar asma ou outra doença pulmonar, pode conseguir evitar a irritação das cordas vocais. Use um dispositivo do tipo câmara expansora que apanhe grandes gotículas de medicamento demasiado pesadas para serem levadas para a zona profunda das vias aéreas pulmonares. De outro modo, estas grandes gotículas podem alojar-se na garganta e traqueia, onde podem provocar efeitos colaterais.

Se tiver laringite viral, tape a boca ao tossir e lave as mãos muitas vezes para evitar que outros contraiam a infecção.

Tratamento
Para as perturbações das cordas vocais resultantes de abuso vocal, há dois tratamentos principais:
  • Para alívio a curto-prazo, repouse a voz. Fale ou faça sons apenas quando absolutamente necessário. Tente mesmo não falar ou sussurrar durante alguns dias.
  • Para o alívio a longo-prazo, terapia da fala. Aprenda a forma correcta de falar para evitar esforçar as cordas vocais.
Se o repouso e a terapia não tratarem a perturbação, estão disponíveis outros tratamentos consoante o tipo de perturbação:
  • Os nódulos das cordas vocais podem requerer remoção cirúrgica.
  • A maioria dos polipos das cordas vocais requer remoção cirúrgica.
  • Uma úlcera por contacto pode necessitar de remoção cirúrgica se não desaparecer, por si só, ao fim de um mínimo de seis semanas de repouso da voz. Também pode necessitar de terapia da voz e tratamento para refluxo de ácido.
  • A laringite provocada por um vírus necessita de repouso e líquidos. Os antibióticos não são úteis para tratar as infecções virais.
  • Os tumores das cordas vocais requerem tratamento, quase sempre a remoção cirúrgica.
O tratamento de tumores cancerosos depende da extensão do cancro. Nos estádios iniciais, pode haver necessidade de radiação, quimioterapia, cirurgia para remover uma parte da laringe ou uma combinação de tratamentos. Após estes procedimentos parte da voz poderá perder-se.

Nos estadios mais avançados do cancro, deve remover-se a laringe, incluindo as cordas vocais, na totalidade (laringectomia), sendo necessiário aprender um novo método de fala, usando uma válvula especial inserida, por via cirúrgica, entre a traqueia e o esófago. Isto permite que se envie ar para a traqueia criando vibrações suficientes para um discurso compreensível.
  • As pessoas com paralisia das cordas vocais podem conseguir aprender a falar de diferentes formas através de terapia da fala.
Se a melhoria não for satisfatória, pode recomendar-se cirurgia para mudar a posição da corda vocal afectada. A cirurgia também pode adicionar volume ao injectar a corda vocal com colagénio, gordura corporal ou alguma outra substância.

Recomendam-se mais vezes estes tipos de procedimentos quando uma das cordas vocais se encontra paralisada. Ambas as técnicas aproximam a corda paralisada da corda que não se encontra paralisada. Isto permite que as cordas vibrem o suficiente para emitirem sons.

Para as pessoas com duas cordas vocais paralisadas, o objectivo do tratamento é melhorar a respiração. O procedimento mais frequente é a traqueotomia. Este procedimento cria um orifício no pescoço abaixo do nível das cordas vocais e coloca-se um tubo de respiração nesta abertura.
  • A fraqueza das cordas vocais devido a corticosteróides inalados pode requerer uma alteração nos medicamentos. Isto é, se o uso de um dispositivo do tipo câmara expansora não evitar os sintomas.
Quando Contactar o médico
Consulte o médico se:
  • Perder a voz durante alguns dias;
  • Ficar rouco durante mais de duas semanas
  • Apresentar rouquidão acompanhada de:
    • Dificuldade em engolir
    • Um nódulo no pescoço
    • Dor inexplicada
    • Tosse acompanhada de sangue
Prognóstico
  • Nódulos das cordas vocais. Os nódulos podem voltar se o abuso vocal continuar. Isto é verdadeiro independentemente de desaparecerem com repouso da voz e terapia da fala ou se forem removidos cirurgicamente.
  • Polipos das cordas vocais. Podem remover-se, com sucesso, os pólipos com cirurgia. Mas podem voltar se não efectuar terapia da fala e não parar de inalar substâncias irritantes.
  • Úlceras por contacto. A maioria das úlceras por contacto desaparece, sem complicações, com repouso, tratamento do refluxo e novo treino da voz, dentro de semanas ou meses.
  • Laringite. A maioria dos casos de laringite desaparece ao fim de alguns dias a algumas semanas, dependendo da causa.
  • Tumores das cordas vocais. Em regra, os tumores não cancerosos não voltam a surgir após serem removidos por via cirúrgica. Em regra,  a voz volta a ser normal.
Os tumores cancerosos podem ser muito graves. Quanto mais cedo forem detectados e tratados, melhor a probabilidade de sobrevivência e cura. A sua voz pode mudar drasticamente, dependendo da extensão do cancro e do tipo de tratamento.
  • Paralisia das cordas vocais. Muitos casos de fraqueza das cordas vocais melhoram com o tempo apesar de poder levar muitos meses. Alguns casos desaparecem, por si só, ao fim de um ano. Mas muitas pessoas requerem cirurgia para restaurar a voz e, muitas outras necessitam de terapia da fala. Com tratamento adequado, a maioria das pessoas com paralisia das cordas vocais unilateral irá ganhar novamente uma boa qualidade e controlo da voz. As pessoas com paralisia das cordas vocais bilateral têm de voltar a aprender a usar a voz após se terem submetido a cirurgia para auxiliar a sua respirar.
                  Vídeo: Otorrino conversa sobre o Câncer de Laringe
 



           

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