No desenvolvimento humano, há etapas em que a autoafirmação
se faz necessária para que a pessoa se firme como ser humano, reconheça seu
próprio valor e desenvolva sua autoestima. Mas como é triste ver pessoas
adultas se comportarem ainda através da autoafirmação!
São pessoas que possuem uma necessidade íntima muito forte
de impor-se à aceitação do meio. Precisam estar sempre em destaque, como o
centro das atenções, recebendo, é claro, constante aprovação dos que as cercam.
Não enxergam os que estão ao seu redor. Falam como se os demais não existissem
enquanto pessoas merecedoras de respeito e consideração, ofendendo e
maltratando aqueles a quem se referem e concluem olhando ao redor, a fim de
observar, envaidecidas, a plateia que acabou de assistir seu show.
A necessidade de autoafirmação, de estar sempre sendo
reconhecido e elogiado pelos outros, faz com que o ser humano deixe de olhar
verdadeiramente para dentro de si, que é onde se encontram os reais meios de
reconhecimento, o que também lhes permite promover a diminuição da necessidade
de se buscar o retorno externo. Não é ser narcísico, mas ter de si mesmo uma
percepção equilibrada e realista, ou melhor, estar centrado em si mesmo.
O "buscar fora de si" torna-se necessário quando se é criança ou pré-adolescente, em alguns casos na própria adolescência, pois está se formando o quadro referencial que, futuramente, servirá para o balizamento de suas ações. Observem como o jovem, em determinadas situações, se impõe e imediatamente olha ao redor a fim de observar qual será a reação das pessoas que o cercam. Está verificando se foi aprovado ou não, mas acima de tudo, está avaliando seu referencial de valores e "ajustando-o", deixando-o mais preciso. Futuramente, seu comportamento será regido pelo que adquiriu nesta fase.
Vivendo na busca da autoafirmação, essa busca de
reconhecimento externo de seus valores, é comum usarem repetidamente as
expressões: "Comigo não!"; "Comigo é assim!"; "Está
(ao) pensando o quê?"; "Bateu, levou!".
Incomoda muito uma pessoa assim, mas há um outro lado, o da própria pessoa, pois sua carência de aprovação e de ser notada o tempo todo, faz com que ela não consiga ser ela mesma. Quem vive se autoafirmando "forja" um ser que não é. Perde sua espontaneidade, sua naturalidade e conseqüentemente, fica ainda mais distante de se sentir satisfeita. Formou-se o círculo vicioso. Não percebem o ridículo pelo qual estão passando, vivem em meio a discussões, discórdias e falta de harmonia. Mesmo quando os demais tentam deixar para lá, ele "retornam", pois precisam disso.
É possível tecer comentários críticos sobre estas pessoas?
Sim, é. Mas há uma condição especial para isso: nunca fazê-lo na frente dos
outros. O ideal é você lhes chamar a sós, expor seus pensamentos, apenas
relatando, sem agressões ou acusações e elas receberão a crítica com muito
"bons olhos", pois o que estará pesando para elas é a sua
consideração e respeito em "se dignar" a dar-lhes atenção. Elas
assimilarão com boa vontade tudo o que você disser. Mas saiba que será
necessário repetir várias vezes esse tipo de ação, até que estas pessoas
percebam que seu reconhecimento está sendo dado à pessoa que elas são e não ao
seu comportamento ou forma de se colocar no meio.
Quem de nós já não usou frase do tipo: "Você precisa
conhecê-lo melhor. Depois que isso acontecer verá que ele não é assim. Isso é
só uma ‘carcaça".
É exatamente isso. Mas não pensem que o
"puxa-saquismo" os deixará em paz com essas pessoas, pois elas
percebem a falsidade de suas posturas e ficam ainda piores. Procurar conhecer
melhor aquele que assim se coloca vai facilitar identificar o que exatamente
está faltando para ele, e com isso poder-se-á ajudá-lo. Fonte: Somos Todos UM
Auto-afirmação é o ato de um indivíduo tomar atitudes que só
sirvam para ressaltar ou enfatizar o o seu ego, autoridade ou personalidade.
Ex: O chefe que pisa nos subordinados só para mostrar que é ele
que manda.
O marido que faz questão que a mulher coloque a sua comida
no prato.
Os Bushs da vida que invadem países de miseráveis e mortos
de fome com aviões que custam milhões de dólares.
Ser nós mesmos é tomar decisões, não para agradar os outros que nos observam, mas porque estamos usando, consciente e responsavelmente, nossa capacidade de ser, sentir, pensar e agir.
Ser nós mesmos é eliminar os traços de dependência que nos
atam às outras pessoas. Não nos esquecendo, porém, de respeitar-lhes a
liberdade e a individualidade e de defender também a nossa, sem o medo de ficar
só e desamparado.
Ser nós mesmos é viver na própria "simplicidade de
ser", libertos da vaidosa e dissimulada auto-satisfação, que consiste em
fazer gênero de "diferente" perante os outros, a fim de ostentar uma
aparência de "personalidade marcante".
Ser nós mesmos é acreditar em nosso poder pessoal,
elaborando um mapa para nossos objetivos e percorrendo os caminhos necessários
para atingi-los.
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