google.com, pub-3508892868701331, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Rio de Saúde: Conheça o perigo do escorpião-amarelo: caso de acidente o que fazer

quinta-feira, 18 de agosto de 2016

Conheça o perigo do escorpião-amarelo: caso de acidente o que fazer

O Tityus serrulatus, conhecido popularmente como escorpião-amarelo, é um escorpião típico do Sudeste e Centro oeste do Brasil; é a principal espécie que causa acidentes graves, com registro de óbitos, principalmente em crianças.

Possui as pernas e a cauda amarelo-claro e o tronco escuro. A denominação da especie é devida à presença de uma serrilha nos 3° e 4° anéis da cauda. Mede até 7 cm de comprimento. 



Sua reprodução é partenogenética, na qual cada mãe tem aproximadamente dois partos com, em média, 20 filhotes cada, por ano, chegando a 160 filhotes durante a vida. Devido aos hábitos domiciliares e à periculosidade da picada é responsável pela maioria dos acidentes escorpiônicos verificados no Brasil em região urbana, devido ainda à grande expansão de distribuição nos últimos 25 anos.

Reprodução
Os escorpiões são animais vivíparos. O período de gestação é variado mas, em geral, dura três meses para o gênero Tityus. Durante o parto, a fêmea eleva o corpo e faz um “cesto” com as pernas dianteiras, apoiando-se nas posteriores. 

Os filhotes recém-nascidos sobem no dorso da mãe através do “cesto” e ali permanecem por alguns dias quando, então, realizam a primeira troca de pele. Passados mais alguns dias, abandonam o dorso da mãe e passam a ter vida independente. O período entre o nascimento e a dispersão dos filhotes varia bastante. Para Tityus serrulatus é de aproximadamente 14 dias. 

Os escorpiões trocam de pele periodicamente, em um processo denominado ecdise; a pele antiga é a exúvia. Passam por um número limitado de mudas até a maturidade sexual, quando então param de crescer.

A espécie T. serrulatus (escorpião amarelo) reproduz-se por partenogênese. Assim, só existem fêmeas e todo indivíduo adulto pode parir sem a necessidade de acasalamento. Este fenômeno facilita sua dispersão; por causa da adaptação a qualquer ambiente, uma vez transportado de um local a outro (introdução passiva), instala-se e prolifera com muita rapidez.

Além disso, a introdução de T. serrulatus em um ambiente pode levar ao desaparecimento de outras espécies de escorpiões devido à competição.

A espécie possui uma característica rara entre os escorpiões[carece de fontes], que é a partenogênese, ou seja, a capacidade de se reproduzir sem que haja fecundação, não havendo necessidade de um casal. Tal fato possibilita que um único espécime transportado para um novo local possa se reproduzir e desenvolver uma colônia. Por muito tempo julgou-se que a espécie era exclusivamente partenogênica, recentemente foi descoberta uma população com a divisão de gêneros e reprodução sexuada, no norte do estado de Minas Gerais e na Bahia.
Distribuição
Distribuição geográfica: antes restrita a Minas Gerais, devido à sua boa adaptação a ambientes urbanos e sua rápida e grande proliferação, hoje tem sua distribuição ampliada para Bahia, Ceará, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Paraíba, Alagoas, Pernambuco, Sergipe, Piauí, Rio Grande do Norte, Goiás, Distrito Federal e mais recentemente alguns registros foram relatados em Santa Catarina e Mato Grosso.

Veneno
O veneno de todos os escorpiões tem efeito neurotóxico, ou seja, age no sistema nervoso. A picada é extremamente dolorosa, provoca dor intensa no local afetado e se dispersa por todo o corpo, levando a vítima a um estado de hiperestesia, fazendo com que o doente fique extremamente sensível ao menor toque em todo o corpo. A ação neurotrópica da peçonha age sobre o bulbo (medula oblonga) região importantíssima do encéfalo que controla os movimentos respiratórios e cardíacos, além dos movimentos peristálticos, mas sua ação é específica sobre a região do bulbo controladora da respiração, o que faz com que a vítima morra por parada respiratória.

Contato com humanos
Os contatos entre seres humanos e o Tityus serrulatus são muito frequentes, o detalhe é que esse escorpião por natureza ataca ao homem ao se sentir ameaçado. Em casos de acidente recomenda-se não "sugar" o veneno do local acidentado, não fazer torniquete, incisões ou cutucar o local, para não agravar a situação.

Deve-se procurar um médico, e sempre que possível levar o escorpião junto. Recomenda-se também que ao encontrar o escorpião não se tente pegar com a mão, pois ele pode picar você, chame um técnico do Centro de Controle de Zoonoses e só em ultimo caso capture-o você mesmo, usando luvas de couro, calçados grossos e fechados, calça e camisa de manga comprida, onde é bom usar algum objeto como uma pá. wikipedia

Orientação nos casos de acidente com picada de Escorpião
Sinais e sintomas pós picada:
As manifestações locais são: Dor no local intensa e imediata podendo espalhar-se por todo o membro e ser acompanhada de parestesia, eritema e sudorese localizada no local da picada.

Em crianças as manifestações podem ser ainda sistêmicas e graves evoluindo em minutos ou de 02 a 03 horas, com hipo ou hipertermia, sudorese profusa, agitação psicomotora, tremores, náuseas, vômitos, sialorreia,

hipertensão ou hipotensão arterial, arritmia cardíaca, insuficiência cardíaca congestiva, edema pulmonar agudo e choque.
 
O que fazer em caso de acidente:
- Limpar o local da picada com água e sabão;
- Aplicar compressa morna no local;
- Não amarrar ou fazer torniquete;
- Não cortar, perfurar ou queimar o local da picada;
- Não aplicar nenhum tipo de substância;
- Não fazer uso de bebida alcoólica e
- Ir para o hospital o mais rápido e, se possível, levar o escorpião para identificação.
 
Algumas observações sobre escorpiões:
São encontrados em praticamente todos os ambientes, porém o crescimento desordenado dos centros urbanos propicia condições cada vez mais favoráveis à instalação e proliferação desses animais junto às residências, tanto no ambiente externo quanto o interno. Encontram esconderijos em terrenos baldios, velhas construções, sob o entulho, pilhas de madeira, tijolos, caixas de luz etc.

Grande parte dos escorpiões não ataca, apenas se defendem. Nem sempre vivem em grupos. São animais solitários, não formam ninhos, não sobem em vidros e/ou superfícies lisas. Podem também picar e não inocular seu veneno, causando um acidente assintomático, porém todos são venenosos e tem capacidade de injetar seu veneno. Nunca utilizam todo seu veneno em uma única picada e pode causar um segundo acidente imediatamente após o primeiro.

O tipo Tityus serrulatus é considerado a espécie mais perigosa, e o que causa os acidentes mais graves. Se reproduz por partenogênese, ou seja, são assexuados. Cada mãe tem aproximadamente dois partos/ano com média de 25 filhotes cada, podendo chegar a 160 filhotes durante a vida.

Apesar de não ser típico da região de Joinville, recentemente foi encontrado amostras desta espécie na região do centro, o que vem sendo tratado pelas autoridades sanitárias como um evento inusitado. Há também registro da ocorrência da espécie T. bahiensis no bairro Espinheiro.
 
Vigilância Epidemiológica:
Em virtude deste fato, a Vigilância Epidemiológica e Ambiental de Joinville estão orientando os profissionais de saúde que atuam nos serviços de urgência/emergência, para o manejo correto no caso de atenderem algum acidente com Escorpião.

Quadro clínico:

Dor local intensa podendo ser acompanhada de parestesia. Osacidentes em crianças são considerados casos moderados e graves, pois o quadro sistêmico pode se instalar no intervalo de minutos até poucas horas.

Apresentam hipo ou hipertermia, sudorese profunda, náuseas vômitos, sialorréia, arritmias, hipo ou hipertensão arterial, taquipneia, dispneia, edema pulmonar agudo, agitação, confusão mental, hipertonia e tremores, ICC e choque. É importante saber que o encontro de sinais e sintomas mencionados impõe a suspeita diagnóstica, mesmo na ausência de história de picada e independente do encontro do escorpião.

Influem na gravidade do acidente: a espécie e tamanho do escorpião, a quantidade de veneno inoculado, a massa corporal do acidentado e a sensibilidade ao veneno.

Influem na evolução do caso: o diagnóstico precoce, o tempo decorrido entre a picada e a administração do soro, e a manutenção dos sinais vitais.

Exames complementares:
- Eletrocardiograma: de grande utilidade pois pode mostrar taqui ou bradicardia sinusal, extra sístoles ventriculares, distúrbios da repolarização ventricular com inversão da onda T. Estas alterações desaparecem em três dias na grande maioria dos casos.

- Raio X de tórax: evidencia um aumento da área cardíaca e sinais de edema pulmonar agudo.

- Glicemia: geralmente apresenta-se elevada nas formas moderadas e graves nas primeiras horas após a picada.

- Imunodiagnóstico (ELISA): para detecção do veneno circulante nas formas moderadas e graves.

Tratamento:
Nos casos sintomáticos consiste no alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% sem vasoconstritor (1 a 2 ml para criança; 3 a 4 ml para adulto) no local da picada, ou uso de dipirona na dose de 10mg/kg de peso a cada 6 horas. Outros distúrbios devem ser tratados de acordo com medidas apropriadas a cada caso.

Além disso mais especificamente a administração de soro antiescorpiônico (SAEEs) ou antiaracnídico (SAAr) aos pacientes com formas moderadas e graves, que são geralmente nas crianças picadas pelo Tityus serrulatus.

O soro deve ser realizado o mais precocemente possível, por via intravenosa e em dose adequada de acordo com a gravidade. Deve-se ainda garantir a manutenção das funções vitais, principalmente nos casos moderados e graves, onde devem ser observados continuamente objetivando intervir precocemente nas complicações.

Fluxo de Atendimento dos casos de Escorpionismo em Joinville:
As vítimas de acidentes com Escorpião devem ser encaminhadas aos Hospitais de referência em Joinville, Hospital Regional Hans Dieter Schimidt, Hospital Municipal São José e Hospital Materno Infantil Jesser Amarante de Farias, para que possam ser atendidos o mais brevemente possível e receber o Soro escorpiônico na dose adequada e em tempo hábil.

Caso o Escorpião seja capturado, este deve ser mantido em vasilhame fechado e levado junto ao Hospital para reconhecimento da espécie e comunicado a Vigilância Epidemiológica.

Acidentes por animais peçonhentos é de notificação obrigatória e o instrumento de investigação do evento deve ser preenchido e encaminhado para Vigilância Epidemiológica.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...