google.com, pub-3508892868701331, DIRECT, f08c47fec0942fa0 Rio de Saúde: Será que você é hipocondríaco? Vive pensando em doença?

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Será que você é hipocondríaco? Vive pensando em doença?

A hipocondria é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela hipervalorização de sintomas absolutamente normais, fazendo o indivíduo acreditar que é portador de uma doença grave, muitas vezes "ainda não diagnosticada". Geralmente, os pacientes têm um medo irracional da morte, estão sempre observando o seu corpo e buscando alterações irrelevantes.

"Eles procuram o médico com frequência e fazem vários exames, muitas vezes repetidamente. Vivem atrás de especialistas, inclusive profissionais da mesma área, porque não se conformam com a ausência de moléstias", explica o clínico médico e gastroenterologista Luís Carlos F. de Arruda.

A hipocondria pode estar associada ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), à depressão ou à ansiedade. As causas ainda não estão bem estabelecidas. "Sabe-se que pessoas com tendência a enxergar o mundo de forma mais materialista, que valorizam excessivamente o corpo e a saúde ou que têm dificuldade em lidar com mudanças e limitações apresentam propensão a desenvolver o quadro."


Leonard F. Verea, especializado em medicina psicossomática e hipnose dinâmica, completa dizendo que a disfunção também afeta pessoas carentes, com baixa autoestima, que sentem necessidade de atrair atenção.

Apreensão constante

O pior, dizem os médicos, são o sofrimento e a inquietação que vêm a reboque do distúrbio. "Imagine o grau de apreensão e ansiedade. O indivíduo vive tomando várias atitudes preventivas, se medicando, sempre preocupado. É aquela pessoa que, lendo uma bula qualquer de remédio, crê realmente ser portador de todas as patologias", observa Verea.

Além da inclinação a ser deprimido e ansioso, o hipocondríaco adora o médico que "acredita" nos seus sintomas e solicita exames, mas rapidamente se afasta e rejeita quando o mesmo dá o diagnóstico de normalidade. Pior: não aceitam, e muitas vezes se ofendem, com o encaminhamento para um psiquiatra.

"São pessoas narcisistas, centradas em si mesmas, pessimistas com relação a qualquer sintoma fisiológico. Sempre pensam em um tumor cerebral quando estão com uma simples dor de cabeça. Acham que estão tendo um infarto se sentem qualquer pontada no peito. Também são sugestionados pela mídia e por familiares ou famosos doentes", salienta Luís Arruda. Ele conta que atendeu vários pacientes com refluxo gastresofágico que achavam ter câncer na laringe logo após o ex-presidente Lula ser diagnosticado com o mal.

Importante: há graus de hipocondria. Nos casos mais graves, ela afeta todos os aspectos da vida, tanto pessoal quanto social e profissional. O paciente não vive nada plenamente, pois sempre pensa que sofre de alguma doença séria, o que o impede de ir em frente. "Muitos se automedicam, mas geralmente são avessos a remédios porque temem os efeitos colaterais. O exemplo mais típico é aquele sujeito que acredita ter uma doença que ainda não foi descoberta", diz Luís Carlos de Arruda.

Tudo isso, não raro, leva a perturbações como pânico, discussões familiares, faltas no trabalho. A automedicação também é temerária e há aqueles que simplesmente evitam o convívio social por medo de se expor a situações contaminantes. E isso em qualquer idade, até nas mais avançadas.

"Apesar de o início da doença acontecer na fase jovem, entre os 20 e 30 anos, a perda funcional e social dos idosos, aliada ao aumento de sintomas e dores, pode desencadear a hipocondria nesse período de vida. E isso principalmente quando, durante o envelhecimento, não se desenvolve uma demência ou algo que dificulte o raciocínio", ressalta Luís Arruda.

Ajuda terapêutica

O caminho para se livrar do mal é a psicoterapia.
O problema, dizem os especialistas, é a pessoa aceitar que precisa de ajuda. "O médico, ao perceber que está lidando com um hipocondríaco, deve solicitar apenas os exames necessários, conquistar a confiança do paciente ouvindo-o bastante e somente depois falar sobre um encaminhamento psicológico. Dizer para ele, logo na primeira consulta, que deve procurar um psiquiatra, gerará um estresse enorme e a possibilidade de quebra de vínculo", diz Arruda.

Em alguns casos, podem ser necessários medicamentos para tratar patologias paralelas como TOC, ansiedade ou depressão. A doença é cíclica, com altos e baixos, e até metade dos pacientes se beneficia com uma sensível melhora. Mas, segundo Luís Carlos Arruda, "não se pode falar de cura".

Para Leonard Verea, considerando a relação causa-efeito, a hipocondria é o efeito diante de situações mal resolvidas.
"O processo terapêutico resolverá a causa. A hipnose dinâmica é uma boa abordagem, pois age com a mente do indivíduo e identifica, de forma rápida, quais são esses episódios mal resolvidos."

O que deve levantar a suspeita? Quando a pessoa procura vários médicos, solicita repetir exames que já foram realizados e, sem que haja sinal objetivo de que haja alguma doença, cisma que está sofrendo de uma enfermidade séria. Nessas horas, um familiar, um amigo ou o médico de confiança podem abordar o assunto, sempre de forma gradativa.

"É preciso viver de forma mais tranquila, buscando prazeres em pequenas coisas, reservando um tempo para cuidar do corpo e fazer exercícios físicos. Uma alimentação saudável também fará a pessoa se sentir melhor", conclui Arruda.
noticias.uol

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