Não existe mais qualquer sombra de
dúvidas, do ponto de vista científico, de que a epidemia de sobrepeso e
obesidade está diretamente conectada ao consumo excessivo de açúcar e
carboidratos refinados.
Os alimentos processados, em especial,
têm a maior parcela de responsabilidade nesse consumo excessivo porque
aliam grandes quantidades de acúcar, sal e gordura hidrogenada e
inúmeros aditivos artificiais que potencializam a compulsão por esses
alimentos.
O que muitos ainda não percebem é o quanto estão presos nessa teia que é o vício em alimentos ricos em carboidratos, como pães, bolos, biscoitos, chocolate ao leite, massas, bebidas açucaradas (refrigerantes, sucos e chás) além das sobremesas em geral.
É como explica o Dr. Carlos Souto:
“O problema não está exatamente nos
carboidratos, mas na dependência que estabelecemos deles. Ao ativar
áreas do cérebro ligadas ao prazer, eles derrubam nossas defesas contra a
comilança desenfreada e nos deixam gordos e mal nutridos. Quanto mais
comemos alimentos ricos em carboidratos, mais queremos comer – o
processo é semelhante ao das drogas viciantes. ‘Brigadeiro e pão francês, por
exemplo, ativam o centro de recompensa de maneira tão rápida e intensa
que a mensagem de saciedade é simplesmente ignorada pelo cérebro’,
continua Cunha, especialista em comportamentos impulsivos.
Resultado: você continua a se empanturrar.
E, assim como acontece com
dependentes de drogas, o córtex pré-frontal (centro moral do cérebro)
não consegue se sobrepor à ação da dopamina. Assim, o que prevalece é a
memória da satisfação proporcionada pela guloseima, na região do
hipocampo. E aí tudo o que você quer é, mais uma vez, cair de boca nos
bombons e nos sonhos de padaria para ter bem-estar.“
À semelhança do que acontece com pessoas
dependentes de cocaína, metanfetaminas, álcool ou heroína, verificam-se
também, em pessoas com obesidade severa, reduções significativas de
receptores de dopamina em determinadas zonas do cérebro, quando
comparados com pessoas saudáveis.
E além dessas semelhanças neurobiológicas, há também paralelismos clínicos entre as dependências químicas e a obesidade. É claro que afirmar que todos os casos
de obesidade são consequência de vício e excessos não é de todo correto.
Afinal, há casos específicos de desequilíbrios que contribuem para o
quadro.
No entanto, em grande parte dos
indivíduos obesos verificam-se comportamentos classicamente associados à
dependência de substâncias, tais como a perda de controle sobre o
consumo, dificuldade em diminuir a quantidade ou a frequência do uso da
substância, e consumo continuado – apesar da percepção de consequências
negativas, tais como problemas físicos ou emocionais.
Além disto, tanto os indivíduos
dependentes como os indivíduos com obesidade são frequentemente mal
sucedidos nas tentativas de parar ou reduzir o consumo, o que é
frequentemente acompanhado de sentimentos de culpa e angústia.
Agora, o erro é achar que esses
comportamentos só estão presentes na vida de quem já está visivelmente
acima do peso. Esses mesmos sintomas se manifestam em pessoas com
sobrepeso e mesmo os “falsos magros” que consomem carboidratos refinados
em excesso.
Para falar apenas de açúcar… De acordo
com a OMS, 10% das calorias diárias, ou seja, 50g provenientes do açúcar
é o máximo recomendado para manter a saúde. E, reduzir essa porcentagem
para 5% proporcionaria efeitos positivos adicionais, como prevenir e
combater doenças.
Essa taxa equivale a 25 gramas de açúcar
por dia (cerca de seis colheres de chá) – ou apenas 100 das 2.000
calorias diárias recomendadas para um adulto diariamente. No entanto, de acordo com um estudo
feito pela OMS, o brasileiro médio consome absurdos 75g diários de
açúcar, ou 15% do total de calorias ingeridas. Isso na média. Há quem
chegue a consumir até 150 gramas de açúcar diariamente.
Agora, você pode pensar…
Como isso é possível? Todo mundo sabe
que açúcar faz mal… Eu mesmo evito ao máximo fazer ou comer sobremesa,
não coloco Acucar em nada, nem no café… De onde vem tanto açúcar assim?
Eu te digo: está vindo da sua TV. Mais
precisamente daquilo que é vendido pra você como algo “gostoso”,
“prático”, inofensivo e até mesmo, “saudável”. Aquilo que você escolhe
na prateleira do supermercado e oferece aos seus filhos achando que está
fazendo boas escolhas.
Está vindo mascarada em pelo menos 61
nomes diferentes, como por exemplo sacarose, dextrose, amido modificado,
xarope de milho e a terrível frutose. Todos eles que significam a mesma
coisa: Açúcar
Está entrando no seu armário e
geladeira, porque você acredita tanto nas promessas de praticidade e
slogans como “Natural”, “Diet” e “Light” da propaganda e no rótulo, que
não se dá ao trabalho de ler e processar o que vem nas letras miúdas de
ingredientes e na tabela nutricional…
Quer um exemplo?
Um mero café da manhã composto de 60g de
cereal matinal + um copo pequeno de 200ml de leite já somam 30g de
açúcar ingerido por você (ou seu filho). Ou seja, já na primeira
refeição do dia, o indivíduo ultrapassa o limite diário de açúcar
sugerido pela OMS para prevenir doenças.
Não por acaso, organizações
internacionais, como OMS, OPAS e ONU há algum tempo vêm recomendando aos
países para que adotem regras claras a respeito da regulação da
publicidade de alimentos, especialmente para crianças.
A Solução? Comida de Verdade
A forma mais simplificada de contornar o
problema do vício e sobrepeso é, sem dúvidas, eliminar ao máximo o
consumo de alimentos processados. Passar longe das famosas caixinhas e
latinhas e fazer a maior parte das compras no horti-fruti, açougue e
peixaria.
E se, caso ainda decida consumir esse
tipo de alimento, crie o hábito de ignorar o que vem na frente do rótulo
e estudar as letras miúdas dos ingredientes e tabela nutricional.
Isso significa também abrir mão de
alimentos corriqueiros que, mesmo que você não pense no assunto, também
são processados e com alto teor em gordura hidrogenada, açúcar e
carboidratos refinados: como bolos, biscoitos, massas e salgados,
incluindo os caseiros.
O Melhor para Começar?
Agora, eu particularmente acredito que o jeito mais poderoso de dar um verdadeiro Start na transformação da sua saúde (e do seu corpo também, por consequência) é passar um período de alguns dias sem o consumo de absolutamente nenhum desses alimentos.
Isso traz 3 grandes benefícios:
- A “abstinência” de carboidratos torna você verdadeiramente consciente sobre o quanto esses alimentos influenciam seu comportamento
- Você corta essa dependência e diminui a necessidade e impotência diante desses alimentos
- Você alcança o máximo de benefícios em seu bem estar (e em medidas) em pouquíssimo tempo.
Tudo isso tem o poder de motivar você a
continuar no caminho do equilíbrio, mesmo que depois decida consumir
esses alimentos esporadicamente.
É pensando nisso que o INVS oferece o
Método Start, um programa que educa e mostra, passo-a-passo como evitar
alimentos que fazem mal e substitui-los com escolhas verdadeiramente
saudáveis, para o máximo de resultados e bem estar. Não só nos primeiros
7 dias, mas para toda vida.
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